PESQUISAS ELEITORAIS: A PASSAGEM DE VOTOS TOTAIS PARA VOTOS VÁLIDOS

Maurício Costa Romão

 Nas pesquisas eleitorais, quando não há registro de manifestação de voto aos candidatos é porque os entrevistados declararam que iam votar em branco (B), anular o voto (N), não iam votar em nenhum candidato (N*), estavam indecisos (IND), não sabiam ainda (NS) ou, simplesmente, não quiseram responder (NR).

As instituições de pesquisa costumam aglutinar essas respostas de “não voto” em duas subcategorias: (1) B/N/N* e (2) NS/NR/IND.

A primeira indica o contexto de desalento do eleitor com o ambiente político-eleitoral e/ou com as candidaturas postas. Naquele momento da pesquisa sua pré-disposição é de protesto, de negação, sinalizando que se for às urnas não vai votar em ninguém, votar em branco, ou anular voluntariamente o voto.

Ler mais

VOTOS TOTAIS X VOTOS VÁLIDOS (III)

Eleitor

Quando as pesquisas mudam de conceito, de votos totais para votos válidos, como se faz isso, na prática?   

Maurício Costa Romão

Veja-se um exemplo extraído de pesquisa recente. No levantamento do IPMN de 13 e 14 dezembro passado para prefeito, no Recife, um dos cenários em votos totais apontava João da Costa com 22%, Mendonça Filho com 18%, Daniel Coelho com 5% e Raul Jungmann também com 5%. Os votos em branco, nulos e indecisos, somavam 50%.

Ler mais

PESQUISAS ELEITORAIS: VOTOS TOTAIS X VOTOS VÁLIDOS (I)

Eleitor

Um ponto que confunde o eleitor é que uma hora as pesquisas apresentam os resultados em votos totais, outra hora em votos válidos. Por que isso?

Maurício Costa Romão

Os resultados oficiais dos tribunais eleitorais (TSE e TRE), ao cabo das eleições, são sempre divulgados em votos válidos. Os votos válidos são os votos nominais (dados diretamente aos candidatos), somados com os votos de legenda (atribuídos aos partidos), menos os votos em branco e os votos nulos. Então, os votos válidos são os votos totais menos os votos em branco e os nulos.

Ler mais

AFINAL, A VANTAGEM É DE 10 OU DE 12 PONTOS?

Por Maurício Costa Romão

Manchete de primeira página da Folha de S.Paulo da sexta-feira, 22/10/2010: “Vantagem de Dilma sobre Serra sobe a 12 pontos”. Segue-se uma ilustração com dois gráficos paralelos: no primeiro, diz-se que em total de votos Dilma tem 50% e Serra 40%; no segundo, que em votos válidos Dilma tem 56% e Serra 44%.

À parte da peremptória manchete, muitos leitores devem ter-se perguntado: “afinal de contas, a vantagem é de 10 ou de 12 pontos?”.

Tais leitores devem ter raciocinado: a quantidade de intenção de votos atribuída na pesquisa a cada um dos candidatos é um dado número, digamos, 50 milhões para Dilma e 40 milhões para Serra, uma diferença de 10 milhões.

Ora, se a pesquisa é a mesma, como é que essa diferença muda se os entrevistados que declararam voto a Dilma e Serra são os mesmos 50 e 40 milhões de eleitores?

Ler mais