
Análise sugere que parte do eleitorado escolheu nomes, mas errou na hora de votar
Para cientista político Rubens Figueiredo, os votos nulos caem no 2º turno porque diminui o número de escolhas
UIRÁ MACHADO
Folha de S.Paulo, 03/11/2010
Há mais que protesto por trás dos votos nulos. A análise detalhada da votação sugere que uma parte significativa do eleitorado que anulou o voto gostaria de ter escolhido um candidato, mas errou diante da urna eletrônica.
A maior evidência é a correlação que existe entre voto nulo e IDH (índice de desenvolvimento humano).
Uma correlação entre dois fatores não implica relação de causa e efeito entre um e outro. O que uma correlação mostra é que, quando um dos fatores tem uma variação, o outro também a tem.
No primeiro turno, a tendência foi clara: quanto menor o IDH (municípios mais pobres e com escolaridade mais baixa), maior o percentual de votos nulos.
No segundo turno, quase não existe correlação entre IDH e voto nulo. Segundo o cientista político Rubens Figueiredo, “a possibilidade de erro do eleitor menos escolarizado é maior no primeiro turno porque são seis candidatos. No segundo turno, quando a votação fica bem mais simples, o voto nulo devido a erro cai significativamente”.