Luiz Carlos Bresser-Pereira
Folha de S.Paulo, 30/01/2011
NESTE COMEÇO de ano, o mundo voltou sua atenção para a Tunísia, onde, pela primeira vez na história do mundo árabe, um governo ditatorial foi derrubado por uma rebelião popular.
Não sabemos o que resultará dessa manifestação do povo, mas os analistas de todas as tendências desejam que seja a democracia. Não compartilho dessa opinião bem comportada.
É claro que desejo que a Tunísia se torne uma nação próspera e democrática, mas para seu povo será mais estratégico garantir as liberdades civis ou o Estado de direito e realizar a sua revolução nacional e capitalista. Só depois disso poderá se tornar uma democracia consolidada que, adicionalmente ao Estado de direito, garanta o sufrágio universal e a alternância de partidos políticos no poder (requisitos mínimos da democracia).