VIDAS ABSOLUTAS E ALENTO

 

Maurício Costa Romão

As mídias em geral têm repercutido ad nauseam o nefasto atingimento de 100 mil mortes por coronavírus no Brasil, registrado no dia 8 de agosto próximo passado.

E aí não adianta acalentar ressalvas de que o país é continental, onde vivem 213 milhões de pessoas e que, portanto, em se tratando de uma pandemia, o número de óbitos tem que ser visto não em termos absolutos, mas proporcionalmente ao tamanho de sua população.

Se assim fosse feito, o Brasil teria no cotejo internacional uma taxa até razoável de 504 óbitos por milhão de habitantes, atrás, por exemplo, de países como a Bélgica (857), Peru (789), Espanha (612), Reino Unido (609), Itália (585), Suécia (572), Chile (543), Estado Unidos (521), e um pouco acima da França (466). (Dados de 16/8/2020, Worldmeter).

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POPULARIDADE DE DILMA: UMA CONSTÂNCIA INCONVENIENTE

Fonte: elaboração própria, com base nas pesquisas listadas.

Maurício Costa Romão

Tornou-se praxe entre os institutos de pesquisa usar apenas o percentual das subcategorias de “ótimo e bom” para aferir desempenho de governantes ou, alternativamente, sua popularidade*.

A tabela que acompanha o texto reúne as últimas cinco pesquisas nacionais que captaram informações sobre a avaliação da gestão de Dilma Rousseff. Os levantamentos foram realizados em agosto e setembro, depois dos tumultos reinvidicatórios do meio do ano, e estão colocados em ordem cronológica dos respectivos trabalhos de campo.

Aqui não há muito rigor quanto ao requisito de que as pesquisas tenham sido geradas a partir de uma mesma fonte. Elas podem provir de institutos diferentes, com suas metodologias distintas, não importa. A ideia é simplesmente colocá-las em sequência para possível visualização de tendência.

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A SURPRESA FOI A REAÇÃO, NÃO A INSATISFAÇÃO

Fonte: elaboração própria, com base em dados do Ipsos e blog do Estadão

Maurício Costa Romão

Desde abril de 2005 que o Ipsos Public Affairs, uma dos cinco maiores institutos de pesquisa do mundo, traz informações mensais sobre a opinião dos brasileiros acerca dos rumos do país.

O início da série estatística coincidiu com os percalços do escândalo do mensalão e, como decorrência, a quantidade de brasileiros que achava estar o país no rumo errado, embora decrescente mês a mês, era sistematicamente maior do que o número daqueles que pensavam o contrário.

Essa percepção negativa durou até novembro de 2007, com apenas três pequenas reversões (outubro e novembro de 2006 e janeiro seguinte). Em dezembro de 2007 o placar já registrava empate: 50% entendiam que o Brasil estava no rumo certo e 50% discordavam.

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Intenção de Votos p/ Presidente 2010: Patamares e Tendências

Por Maurício Costa Romão

Set (CNI/Ibope); Nov 1 (CNT/Sensus), Nov 2 (CNI, Ibope); Dez 1 (Vox Populi), Dez 2 (Datafolha); Jan 1 (Vox Populi), Jan 2 (CNT/Sensus); Fev 1 (Ibope), Fev 2 (Datafolha); Mar 1 (CNI/Ibope), Mar 2 (Datafolha), Mar 3 (Vox Populi/Band); Abr 1 (SINT/Sensus), Abr 2 (Datafolha), Abr 3 (ACSP/Ibope); Mai 1 (Vox Populi), Mai 2 (Sensus), Mai 3 (Datafolha), Jun (Ibope).

A literatura especializada recomenda que comparações entre resultados de pesquisas de intenção de votos só devem ser feitas entre levantamentos oriundos de mesma fonte.

Com efeito, para que comparações façam algum sentido, é necessário inicialmente observar as características das pesquisas (características estas que nem sempre são disponibilizadas ao público).

Se as pesquisas têm o mesmo desenho de concepção (tamanho da amostra, margem de erro, intervalo de confiança, modelo de questionário, procedimento de campo, etc.), então elas são estritamente comparáveis.

Quer dizer, as eventuais variações havidas nas intenções de voto dos candidatos, de uma pesquisa para outra, podem ter sido, de fato, derivadas de mudanças nas preferências da população, e não resultantes de modificações de metodologia ou de coleta de informações.

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