Editorial da Folha de S.Paulo, 25/05/2011
A hecatombe econômica global desencadeada em 2008 infligiu mais uma derrota eleitoral a um governo que patinava no combate à crise, desta vez na Espanha. A situação financeira espanhola é, no mínimo, preocupante. O país tem lugar cativo na lista de candidatos a recorrer a um socorro de bilhões de euros, juntando-se a Portugal, Irlanda e Grécia. O desemprego, em 21%, é mais que o dobro da média europeia; entre jovens, ultrapassa 45%.
A crise econômica estabelece uma engrenagem perversa para os governantes. Depois de gastar bilhões no socorro aos bancos e na tentativa de manter a economia à tona, são obrigados a realizar um forte ajuste fiscal, com corte de despesas e benefícios sociais, para tentar recompor suas contas.