PONTOS FORA DA CURVA

Cesar Maia

Folha de S.Paulo, 04/05/2011

A política tem tendências de longo prazo que se expressam, em números aproximados, nos processos eleitorais. Nas eleições de 1947, por exemplo, PTB e PCB -partidos ligados ao “trabalhismo”- somaram uns 12% dos deputados federais. Nas eleições seguintes, foram crescendo progressivamente, até que em 1962 o PTB tornou-se o principal partido, com uns 30% dos deputados federais.

O golpe de 1964 interrompeu esse processo, mas apenas provisoriamente. Com a redemocratização, o “trabalhismo” retornou com cara própria -com o PDT e o PT, inicialmente. E esse processo se repetiu: partindo praticamente de uns 10% dos deputados federais, seu crescimento foi permanente. A diferença é que agora o “trabalhismo” é muito mais pulverizado.
O PT tem 16,5% dos deputados, e a este somam-se PDT, PSB, PC do B, PSOL… para chegar aos mesmos 30% ou pouco mais.

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