Maurício Costa Romão
Antes do Plano Real, em pleno processo de hiperinflação, a moeda nacional estava sendo repudiada pela população por haver perdido suas três propriedades básicas: reserva de valor, unidade de conta e meio de pagamento.
Para acabar com o regime de inflação alta e dar estabilidade à moeda, a reforma monetária implantada pelo governo à época compreendeu, basicamente, duas etapas sequenciais:
(a) instituição de um indexador contemporâneo, a URV, unidade de referência corrigida pela inflação vigente e com a qual se buscava reduzir a memória que a indexação introduz em todo processo inflacionário crônico;
(b) transformação da URV, após seu uso generalizado como indexador de contratos, na moeda do país (o Real), a qual, por construção, surgiu forte, com poder aquisitivo estável, e restaurada de suas três funções básicas que lhe conferem aceitabilidade geral.
Ao completar 20 anos de existência o Plano Real tem merecido as reverências devidas pelo sucesso do seu programa de estabilização.