O ENSINO REMOTO DURANTE A PANDEMIA

 

Maurício Costa Romão

O Conselho Nacional de Educação (CNE) editou recentemente importante Parecer (11/2020) sobre volta às aulas em todos os níveis e modalidades educacionais no âmbito da pandemia da Covid-19.

Uma preocupação que permeou o documento foi a possibilidade de que o longo período de isolamento social afetasse de modo desigual a aprendizagem dos alunos, em razão dos diversos fatores sociais, econômicos e tecnológicos que limitam o contexto de ensino-aprendizagem nas atividades não presenciais.

Estudo do Insper (Naércio Menezes et alli), já utilizando dados que abrangem o período pandêmico, mostra evidências preliminares de que as apreensões do CNE eram de todo justificadas: no ensino básico as históricas desigualdades educacionais podem estar aumentando.

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“REVISTA ALGO MAIS” ENTREVISTA MAURÍCIO COSTA ROMÃO

 

ALGO MAIS: A eleição deste ano será bem diferente das anteriores, devido à pandemia. O que muda essencialmente?

MR: A característica principal desta eleição é que as campanhas dos candidatos vão acontecer com pouca presença física junto ao eleitorado. A campanha, digamos, analógica, passa a ser virtual e isso traz várias conseqüências:

A rua física se torna rua virtual, o comitê físico agora é remoto, os contatos pessoais de rua, próprios da tradicional campanha, passam a ser contatos de redes, e o bom cabo eleitoral agora é o que tem influência digital; os gastos de campanha com materiais físicos são destinados hoje aos meios digitais; a propaganda com panfletos, santinhos, etc., agora será divulgada com mensagens de vídeo e por aí vai. É uma mudança muito profunda em termos de eleição.

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VIDAS ABSOLUTAS E ALENTO

 

Maurício Costa Romão

As mídias em geral têm repercutido ad nauseam o nefasto atingimento de 100 mil mortes por coronavírus no Brasil, registrado no dia 8 de agosto próximo passado.

E aí não adianta acalentar ressalvas de que o país é continental, onde vivem 213 milhões de pessoas e que, portanto, em se tratando de uma pandemia, o número de óbitos tem que ser visto não em termos absolutos, mas proporcionalmente ao tamanho de sua população.

Se assim fosse feito, o Brasil teria no cotejo internacional uma taxa até razoável de 504 óbitos por milhão de habitantes, atrás, por exemplo, de países como a Bélgica (857), Peru (789), Espanha (612), Reino Unido (609), Itália (585), Suécia (572), Chile (543), Estado Unidos (521), e um pouco acima da França (466). (Dados de 16/8/2020, Worldmeter).

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VOLTA ÀS AULAS E RETROCESSO COGNITIVO

 

(Publicado no Jornal do Commercio em 18/07/2020)

 Maurício Costa Romão

 Embora os diversos sistemas de ensino se hajam mobilizado rapidamente para encetar atividades remotas na crise da pandemia, houve, devido ao inusitado do momento, mais ênfase na continuidade do processo de escolarização e menos atenção à aprendizagem, conceitos distintos.

Dessa forma, a flexibilização do afastamento social com possibilidades de retorno às atividades escolares presenciais deve levar em conta os cuidados sanitários de praxe, mas, também, os aspectos sócio-emocionais e pedagógicos dos alunos, inclusive a perda parcial de conhecimento, o retrocesso cognitivo.

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