Alon Feuerwerker
Diario de Pernambuco, 13/10/2011
É humano certo deslumbramento com os movimentos ditos espontâneos. Eles adicionam glamour à política, pelo contraste com a crueza da realidade dela olhada sem filtros, em estado bruto. Das manifestações contra a corrupção Brasil afora até a “ocupação” de Wall Street. O problema é que se movimentos de massa são bons para criar estados de espírito, e mesmo para bloquear parcialmente a capacidade de intervenção do Estado, como agora no Chile, não estão aptos a governar. A utopia do democratismo direto costuma virar do avesso quando tenta passar da fantasia à realidade.