
Por Luiz Guilherme Piva, Folha de S.Paulo (21/06/2010)
São três as principais visões sobre as motivações do eleitor, mas nenhuma delas isoladamente é capaz de explicar as campanhas
São três as principais visões sobre a motivação do eleitor. A primeira é classista, que distribui eleitores e eleitos pelas classes sociais e seus interesses: um preto e branco entre exploradores e explorados, com matizes como lumpens, operários, profissionais liberais, intelectuais e burgueses.
A consciência e a mobilização dos interesses definem as eleições.
O móvel econômico é o principal. O coletivo prepondera sobre o indivíduo. E o longo prazo (transformação ou conservação) subjuga o curto (benefícios). Há uma contradição nessa linha: os explorados são maioria, mas poucas vezes determinam vencedores que os representem “autenticamente”.
Daí decorrem um pessimismo (descrença nas eleições) e uma perversidade (só a revolução muda). A manipulação ideológica e a alienação é que determinam os votos. Ou: a ideologia no sentido forte (manipulação da realidade) prepondera sobre a ideologia no sentido fraco (consciência individual).