PESQUISA ELEITORAL

 

Mauro Paulino

Folha de S.Paulo, 02/11/2010

DILMA VENCEU Serra por 56% a 44%. Os números que tantos buscaram. O Datafolha os mostrou exatamente assim, por três vezes seguidas, nos dias 21, 26 e 28. Na véspera, por um capricho da estatística, como a lembrar que a precisão numérica é uma quimera dos pesquisadores, os percentuais variaram um ponto. Foi um acerto tão preciso quanto os três anteriormente divulgados. Palavra da ciência estatística.

É admirável que ao consultar apenas 0,004% dos eleitores a pesquisa chegue repetidas vezes tão próxima da proporção final dos votos, entrevistando diferentes pessoas em lugares diversos. Mesmo pesquisadores mais habituados ao exercício prático das técnicas de amostragem encantam-se com a eficácia do instrumento e consideram esse um dos milagres da ciência.

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ERROS SOBRE ERROS

George Gallup, do Instituto Gallup de Pesquisas (imagem Wikipedia)

Mauro Paulino

Folha de S.Paulo, 12/10/2010

A DISCUSSÃO SOBRE ABORTO e as orientações das igrejas levaram a eleição para o segundo turno. Essa conclusão errada, obtida a partir de leituras superficiais de resultados de pesquisas, pauta agora o segundo turno, afasta o caso Erenice -real fator de queda de Dilma- do centro das discussões e, pela consequente exposição do assunto nos últimos dias, eleva a rejeição ao aborto à taxa mais alta em 17 anos.

 Este foi um entre tantos equívocos envolvendo análises e resultados das pesquisas ocorridos no primeiro turno.

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ELEIÇÃO SEM PROGNÓSTICO

imagem publicada no blog de Magno Martins

Mauro Paulino

Folha de S.Paulo, 28/09/2010


É impossível afirmar de forma isenta se Dilma terá mais votos do que a soma de seus concorrentes


 

A ESSA ALTURA a maioria dos eleitores, em todas as camadas, já tem o voto para presidente decidido e a parte que não está completamente resolvida é relativamente pequena. Mas ela é decisiva diante da indefinição sobre a realização ou não do segundo turno, revelada hoje pelo Datafolha.

A exemplo das duas eleições anteriores é impossível afirmar de forma isenta, a cinco dias da votação, se Dilma terá mais votos do que a soma de seus concorrentes.

Muita coisa acontece na última semana de campanha. Até o momento da confirmação do voto para presidente no próximo domingo parte considerável dos eleitores, mesmo os mais decididos, dedicará maior atenção ao noticiário político, dará uma espiada no horário eleitoral ampliando sua audiência e trocará mais ideias em seu entorno.

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IDA PARA 2º TURNO É MAIS ÁRDUA AGORA

Mauro Paulino

Folha de S.Paulo, 21/09/2010


Comparações de pesquisas de 2006 e 2010 revelam que o caminho da oposição é hoje mais difícil de percorrer


COM FREQUÊNCIA a eleição de 2006 é tomada como parâmetro para projetar o desfecho da disputa presidencial deste ano. Além de percentuais de intenções de voto coincidentes e escândalos surgidos nos mesmos períodos e com intensidade semelhante -características comuns já extensamente citadas- comparações minuciosas de resultados de pesquisas revelam diferenças fundamentais no comportamento dos eleitores entre esta e aquela eleição.

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DISCURSO POLÍTICO PRECISA SE ADAPTAR PARA ATENDER A DEMANDAS SOCIAIS LOCALIZADAS

Mauro Paulino
Diretor-Geral do Datafolha

Alessandro Janoni
Diretor de Pesquisas do Datafolha

Folha de S.Paulo, 22/09/2010

 Denúncias como as que dominam o noticiário atual criam enorme expectativa no ambiente político sobre seus reflexos na disputa presidencial, mas, em geral, costumam ter alcance limitado. São assuntos que atingem segmentos pouco representativos do eleitorado -predomina o desconhecimento.

A falta de informação, porém, não pode ser confundida com falta de repertório crítico por parte dos eleitores que admitem não detê-la. E também não se trata de dificuldade de acesso a meios de comunicação. A TV tem ramificação suficiente para alcançar estratos diversos.

A desinformação sobre os escândalos reflete mais o desapego dos eleitores pelo discurso político, inadequado à realidade e a valores da grande maioria da população. O “conteúdo” da campanha remete a segundo plano propostas e programas de governo, tornando-os generalistas, longe de atender a demandas localizadas, desmerecendo a opinião pública.

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