(Artigo publicado no Jornal do Commercio em 14 de dezembro de 2017)
Mauricio Costa Romão
O PCdoB é tido como um partido-satélite, que gravita na órbita do PT. Por causa desse atrelamento, o meio político se surpreendeu com a decisão dos comunistas de lançar candidato à presidência da República na próxima eleição.
As análises políticas sobre a inopinada resolução especularam que o sentimento dos comunistas era o de que: (1) a candidatura do ex-presidente Lula, por impedimento judicial, não seria levada a cabo e (2) um eventual plano B petista (Fernando Haddad, Jacques Wagner, etc.) seria inviável eleitoralmente.
Fonte: elaboração do autor, com base em dados do TRE. * Votos válidos em relação ao total do estado
Fonte: elaboração e projeção do autor, com base em dados do TRE; *QE=Quociente Eleitoral
Por Maurício Costa Romão
Observações Preliminares
1) Para cada ano eleitoral (1986, 1990, 1994, 1998, 2002 e 2006) foi destacado o deputado federal mais votado em Pernambuco e sua respectiva votação no Recife (vide Tabelas do texto). Naturalmente, nem sempre o mais votado no estado em cada ano o é também no Recife;
2) Devido à inexistência de dados completos no site do TRE, e para tornar a série homogênea (86, 90, 94, 98, 02 e 06), foi necessário comparar a votação dos deputados federais obtidas no Recife em relação aos votos válidos totais do estado de Pernambuco. Não é o ideal, mas tem a vantagem de ser a mesma variável empregada para todos os anos da série, o que uniformiza o tratamento comparativo realizado.
3) Em pleitos levados a efeito em anos distintos não é correto comparar votações nominais entre parlamentares porque de uma eleição para outra as variáveis demográficas (tamanho da população, faixa etária, etc.) e eleitorais (eleitorado, abstenção, votos brancos, etc.) se modificam. O método apropriado é utilizar o critério da proporcionalidade, que consiste em calcular a participação de cada votação individual em relação aos votos válidos totais apurados na respectiva eleição.
Por Maurício Costa Romão Na eleição de 1986, respondendo pelo poder central, o PMDB chegou a ter 47,8% da votação nacional para a Câmara Federal e 43,5% para as Assembléias Legislativas do país, credenciando-se a ocupar 53,4% das cadeiras na Câmara e 46,9% nos legislativos estaduais (vide Tabelas abaixo). PMDB e PFL eram, então, os … Ler mais