Jairo Nicolau
O Estado de S.Paulo, 01/09/2010
As pesquisas de opinião por amostragem começaram a ser difundidas no Brasil ao longo dos anos 1980. A transição para a democracia, os novos partidos e as eleições frequentes (1982, 1985, 1986, 1988 e 1989 ) criaram o ambiente propício para a adoção dessa técnica de aferição de opinião pública, já amplamente utilizada nos Estados Unidos e em países europeus desde o pós-guerra.
Inicialmente, as pesquisas foram alvo de enorme desconfiança, sobretudo de políticos mais tradicionais. Leonel Brizola, o mais ácido deles, via nas pesquisas um grande instrumento de manipulação. Afinal, como era possível conhecer o que pensava toda a população ouvindo cerca de 1.000 pessoas? Seguia-se o seu bordão predileto, depois seguido por muitos: “A verdadeira pesquisa é feita no dia da eleição.”