REDES & REDES!

 

Cesar Maia

Folha de S.Paulo, 25/06/2011

As redes políticas não são uma novidade. Há as tradicionais, como jornais partidários, mala direta etc. Nos últimos anos, surgiram as redes na internet, primeiro as de e-mail. A diferença entre as redes tradicionais e as da internet é que as primeiras são unilaterais: o emissor é ativo e o receptor, passivo. Já as redes na internet criam um espaço interativo em que todos são potenciais produtores de conteúdo.

Os políticos e suas “newsletters” usam a mesma lógica das redes tradicionais. A internet apenas facilita. Com as redes sociais interativas -como Facebook, Orkut, Twitter- o uso tradicional de uma “newsletter” torna-se obsoleto. Há, nas redes sociais, uma doce ilusão. A “audiência” de todos os instrumentos na internet é maior que a soma da audiência/circulação de todos os meios de comunicação. Só que os meios de comunicação relevantes são poucos e alcançam (unilateralmente) milhões de pessoas. Por mais força interativa que tenham, continuam unilaterais.

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SE UM PAÍS NÃO QUER MUDAR, NÃO É A REDE QUE IRÁ MUDÁ-LO

 

Manuel Castells 

Entrevista, Folha de S.Paulo, 21/09/2010
 
 

 

SOCIÓLOGO, QUE VÊ A INTERNET COMO AMPLIFICAÇÃO DA SOCIEDADE, DIZ QUE NO CASO DO BRASIL NÃO HÁ QUALQUER DESEJO DE MUDANÇA

ALEC DUARTE
EDITOR-ADJUNTO DE PODER

Quem esperava que a internet fosse revolucionar o processo eleitoral brasileiro se decepcionou com o tímido papel que a rede exibe na campanha. O sociólogo espanhol Manuel Castells, porém, não se surpreendeu com isso.
Um dos mais relevantes pesquisadores da web, Castells esteve no Brasil a convite do recém-inaugurado Centro Ruth Cardoso e achou normal a ausência da esperada revolução nas eleições.
“Quando há estabilidade, não se pode esperar que a internet produza uma mudança que as pessoas não querem”, disse à Folha. Leia trechos da entrevista.

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INTERNET ELEITORAL

Por Cesar Maia

Folha de S.Paulo, 11/09/2010

A maior frustração dessas eleições é a relação entre o uso da internet e as decisões de voto. Pelo menos até aqui. Até a pré-campanha, a expectativa era muito grande. A referência sempre reiterada era a eleição de Obama.

As principais candidaturas presidenciais se apetrecharam para isso. Dilma e Marina passaram a “tuitar”. Foram contratadas equipes para montar sites, blogs, entrar em redes sociais… A primeira baixa foi na coordenação da equipe de internet de Dilma.

O que a campanha esperava da equipe era um bom comportamento, sem criar espuma nem novidade. Mas isso contraria a lógica da internet. Desfez-se a equipe e sacrificou-se a lógica. A campanha de Marina na internet é imperceptível. Serra contratou uma equipe que vem procurando abrir espaços com redes, videoentrevistas etc…

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NO BRASIL, A TV É MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE A INTERNET

 

Por Fernando Rodrigues

Folha de S.Paulo, 28/07/2010A pesquisa Datafolha coloca ciência numa tese sempre propagada pelos marqueteiros: a massa de eleitores disponível para ser influenciada está em frente à TV (segundo o Datafolha, 65% dos entrevistados afirmam que a TV é a mídia preferida para obter informações. Os jornais aparecem em segundo lugar, com 12% de preferência, e a internet e o rádio vêm em terceiro, com 7% cada um. Conversas com amigos ou familiares são apontadas por 6%. Texto extraído da matéria de Uirá Machado, na Folha, na mesma reportagem do dia 28/07, e inserido aqui por MCR).

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