A DESIDEOLOGIZAÇÃO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS

Por Adriano Oliveira

O livro The European Voter – A Comparative Study of Modern Democracies, organizado por Jacques Thomassen, revela que a ideologia é uma variável em desuso para explicar o comportamento do eleitor. O raciocínio dos variados autores que participaram do livro é que mudanças socioeconômicas transformaram o eleitor europeu. E, por consequência, a ideologia não tanto importa para explicar a escolha dos eleitores. No livro Esquerda e Direita no eleitorado brasileiro, André Singer mostra que a ideologia explica, junto com outras variáveis, o capital eleitoral de Lula nas eleições de 1989 e 1994. Considerando as transformações socioeconômicas ocorridas na sociedade brasileira nestes últimos 21 anos, tenho a hipótese de que a ideologia não explica de modo satisfatório a escolha dos eleitores.

Ler mais

PARLAMENTARES EVITAM O RÓTULO IDEOLÓGICO

Publicado pelo Jornal do Commercio em 21.01.2011

BRASÍLIA – Os deputados e senadores que tomarão posse em fevereiro e vão integrar o novo Congresso Nacional, não se arriscam mais a dizer se seus partidos são de esquerda ou direita. Um levantamento realizado pelo Instituto FSB-Pesquisa revela que os parlamentares adotam uma postura cautelosa no quesito ideológico. Numa linha de 0 a 10 entre extrema-esquerda e extrema-direita, a média partidária ficou em 5, e a média individual dos parlamentares, em 4,7.

Nem mesmo o PT se declara um partido de esquerda. Os petistas deram uma nota 4,1 para o grau ideológico da legenda, muito mais próxima da posição de centro. Pela pesquisa, o partido que se posicionou mais para esquerda foi o PCdoB, que ficou com nota 3,1. Já o partido mais a direita foi o DEM, que aparece na tabela com nota 6,3. O partido de oposição ficou bem perto da nota de outros dois partidos da base aliada: o PP, com nota 6, e o PR, com nota 5,9.

Ler mais