Henrique Fontana
O Globo, 14/11/2011
Todo modelo eleitoral tem distorções. No caso brasileiro, os equívocos se perpetuam no tempo, agravando uma situação que hoje já se mostra intolerável. O acompanhamento dos resultados das últimas eleições brasileiras revela, de maneira inequívoca, um quadro que, em última análise, distorce o caráter democrático que deveria prevalecer nas disputas eleitorais. Esta situação torna imperativa uma reforma política. É preciso que o processo eleitoral seja, efetivamente, mais democrático e transparente. Os eleitores brasileiros convivem com um modelo no qual as anomalias, se não prevalecem, são suficientes para distorcer os resultados de um processo no qual a isonomia e a igualdade de condições deveriam prevalecer.