MAIORIA NECESSÁRIA

Editorial de Folha de Pernambuco, 31/07/2011

É redundante afirmar que o sistema presidencialista requer um sólido bloco parlamentar de sustentação do governo. A história política contemporânea possui vários exemplos de presidentes da República que conseguiram cumprir o mandato integralmente e os que foram levados a interrompê-lo, tendo como causa primordial o apoio ou a oposição da maioria de deputados federais e senadores.

Recuando algumas décadas não tão distantes, é indispensável mencionar o presidente Juscelino Kubitschek, eleito em um país radicalizado, quando as Forças Armadas influíam bastante na atividade político-partidária, além das pressões de líderes civis opositores, principalmente dos integrantes da União Democrática Nacional (UDN), a ponto de, já empossado, enfrentar duas minúsculas rebeliões militares, de pronto sufocadas.

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A POLÍTICA DEFINE A ECONOMIA

Luiz Fernando Guedes

Folha de Pernambuco, 31/017/2011

Os Estados Unidos estão em intenso debate sobre a ampliação do teto da dívida. Republicanos e Democratas protagonizam uma das mais vexatórias negociações dos últimos tempos. Em pauta prioritária, a eleição presidencial, em escala distante, a situação da economia americana e a repercussão na economia mundial. Os principais líderes republicanos radicalizam discurso imputando ao Presidente Obama a responsabilidade por um eventual fracasso nas negociações; exigem corte de gastos nos projetos sociais, e atribuem ao Partido Democrata a escalada do endividamento do país. O quadro é tão caótico, que os democratas estão divididos, diversas propostas  estão na agenda, e não há consenso, ampliando as dificuldades para consolidar a negociação.

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O ANTIGO E O NOVO PSD

 

Editorial da Folha de Pernambuco, 23/04/2011

É difícil traçar um paralelo entre os dois partidos, principalmente por se tratar de realidades já distantes no tempo, desde quando da fundação e ações do antigo Partido Social Democrático (PSD). Compará-los é quase impossível devido às características marcantes do primeiro, que teve mais de 20 anos de existência e o recém-nascido (ainda sem registro oficial) PSD. O mundo mudou; o Brasil também, assim como o estilo dos políticos em décadas passadas e os “cristãos novos” atuais, que começam a se alinhar sob a nova legenda partidária.

Não há a menor intenção nestas linhas em desqualificar a iniciativa do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Ambos, o do passado e o do presente, são agremiações diferentes, como não poderia deixar de ser, porém denominadas com a mesma sigla.

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REFORMA POLÍTICA:COMO RESOLVER O PROBLEMA DO PUXADOR DE VOTOS

 

 Por Maurício Costa Romão

Artigo do autor publicado na Folha de Pernambuco, em 03/02/2011

“…há legendas que escolhem candidatos sem preparo para a vida parlamentar, mas que têm grande apelo eleitoral e podem atuar como puxadores de votos para o partido ou a coligação.  Dessa forma, os brasileiros acabam elegendo candidatos em quem nem pretendiam votar ou que nem conhecem”. Senador Francisco Dornelles (PP-RJ), idealizador do ““Distritão”” [notícia da ABN, dia 21/02/2011].

No processo de discussão do núcleo central da reforma política – a sistemática de eleição de deputados e vereadores – o PMDB tem defendido a eleição de parlamentares pelo voto majoritário, numa variante do sistema distrital puro – o chamado “distritão” – em que a circunscrição eleitoral seria um grande distrito (o estado, o município).

Um dos argumentos mais usados pela cúpula pmdbista é que a adoção do modelo majoritário, em que são eleitos os candidatos mais votados, independente do partido a que pertençam, eliminaria uma excrescência do mecanismo proporcional em vigor, segundo a qual postulantes com votações irrisórias são guindados ao Parlamento arrastados por grandes votações dos chamados puxadores de voto.

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