GOVERNO EM DIFICULDADES, MAS OPOSIÇÃO NÃO AVANÇA

Fonte: elaboração própria com base em 26 pesquisas nacionais em 2010 e 29 em 2014

Maurício Costa Romão

Os níveis de intenção de votos desfilados pela presidente Dilma Rousseff nos meses de maio a julho deste ano são até equivalentes aos que exibia na sua vitoriosa corrida ao Palácio do Planalto em 2010, conforme se pode observar no gráfico que acompanha o texto.

A diferença reside nos contextos de cada momento. No mês de julho de 2010, por exemplo, o governo desfrutava de grande aprovação (77% de ótimo e bom e apenas 4% de ruim e péssimo, de acordo com o Datafolha), a economia ia bem e os níveis de satisfação e expectativa da população eram elevados.

O ambiente de hoje é completamente oposto àquele: baixa aprovação do governo (31% de ótimo e bom e 33% de ruim e péssimo, segundo o Ibope de junho e julho), a economia vai capengando e grassam insatisfação e inquietude na sociedade. As trajetórias das linhas azul (ascendente) e vermelha (descendente) no gráfico retratam os desenvolvimentos dos dois momentos aludidos.

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O JULGAMENTO DO ELEITOR

Fonte: elaboração própria, com base em 30 pesquisas nacionais pós-manifestações de rua de junho 2013

Maurício Costa Romão

O cientista político Antônio Lavareda, baseado em estudos de Thomas Holbrook, outro grande especialista em eleições, costuma mencionar em escritos e palestras três fatores considerados decisivos na tentativa de reeleição de incumbentes: (1) avaliação de governo (popularidade); (2) percepção da população sobre a economia e (3) tempo do partido do postulante no poder.

A menos de três meses para a eleição presidencial no Brasil, e já disponíveis resultados das últimas pesquisas eleitorais pós-Copa do Mundo (Sensus/Isto é e Datafolha), é oportuno fazer uma breve análise das possibilidades de reeleição de Dilma Rousseff à luz dos fatores aludidos.

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NÚMEROS, SENTIMENTOS E ÂNCORAS

Fonte: elaboração própria com dados do Ibope e Datafolha extraídos de F. Rodrigues/UOL

Maurício Costa Romão

A avaliação de governo é considerada pelos especialistas um dos principais fatores determinantes do voto: governos bem avaliados têm maior probabilidade de reeleger incubentes ou candidatos apoiados por eles.

Medida pela soma dos conceitos de ótimo e bom, a avaliação do governo de Dilma Rousseff atingiu apenas 36% nesta última pesquisa do CNI/Ibope de março.

O índice pode ser considerado baixo, retrospectivamente, tendo em vista que há um ano, na pesquisa do Ibope de março de 2013, a presidente exibia 63% de popularidade (outra ótica de se ver a aprovação de governo), sendo que no Nordeste esse percentual chegava a 72%.

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POLÍTICA E MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Fernando Henrique Cardoso

Blog do Noblat, 03/06/2012

Escrevo esta crônica nas vésperas de partir para o Japão e a China, de onde só regressarei depois de publicado o texto, daqui a duas semanas. É sempre arriscado, nessas condições, falar sobre a agenda política. Será mesmo? O marasmo é tão grande que possivelmente, ao voltar e reler os jornais, encontrarei os mesmos temas: a CPI, a corrupção com suas teias enredadas, os candidatos às prefeituras já conhecidos e suas previsíveis alianças, o PIB que cresce pouco, os juros que finalmente começam a cair, a inadimplência dos devedores, as demandas por reformas tributárias, as soluções caso a caso para diminuir os estoques das empresas (principalmente automobilísticas) e assim por diante.

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ACEITAÇÃO DE PRÁTICAS DE CORRUPÇÃO COMO ‘FATOS DA VIDA’ DEFORMA O PAÍS

Fernando Henrique Cardoso

Blog do Noblat, 01/04/2012

Houve tempo em que se dizia que ou o Brasil acabava com a saúva ou a saúva acabaria com o Brasil. As saúvas andam por aí, não acabaram, e nem o Brasil acabou. Será a mesma coisa com a corrupção? Que ela anda vivinha por aí, não restam dúvidas, que acabe com o Brasil, é pouco provável, que acabe no Brasil, tampouco. Mas que causa danos enormes é indiscutível.

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