GRÉCIA, DEMOCRACIA E VAMPIRISMO

Clóvis Rossi

Folha de S.Paulo, 17/05/2012

Se a Europa tivesse aceitado o plebiscito, economizaria seis meses de muito sangue

A chanceler alemã Angela Merkel e o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy deveriam telefonar hoje mesmo para George Papandreou e pedir desculpas por terem forçado a saída dele do governo grego no fim do ano passado. Sumária recapitulação: Papandreou ameaçou tascar democracia no jogo da crise, na forma de um referendo para que o eleitorado grego decidisse se queria ou não o dinheiro europeu, acompanhado de rígida austeridade.

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O QUE DERROTOU SARKOZY

 

Luiz Otavio Cavalcanti

 A vitória de François Hollande deve-se a dois principais fatores:

1 O discurso monotemático de Sarkozy em favor da austeridade fiscal;

2 A aparente submissão política do Sarkozismo à Alemanha de Merkel (o Sarkomekel).

Tanto que nem o centrismo nem a direita de Le Pen quiseram atrelar seus projetos políticos à reeleição sarkoziana. Mas, como fica o futuro da Europa ?

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A CRISE E O BRASIL

Editorial da Folha de S.Paulo, 29/01/2012

Recuperação débil da economia dos EUA estreita as opções para o crescimento brasileiro, cada vez mais dependente da China

Os meios de comunicação americanos demonstraram alívio, se não alento, com a notícia de que o crescimento da economia de seu país foi mais acelerado no fim de 2011. Tendo em vista que ainda em meados do ano se temia a volta da recessão, algum otimismo é compreensível. Mas os EUA cresceram só 1,7% no ano passado. Prevê-se que, no melhor dos casos, não cresçam mais que 2% neste ano.

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QUEM PERDEU A GRÉCIA?

Jean Pisani-Ferry

Folha de S.Paulo, 04/03/2012

Se um dia surgir essa pergunta, haverá culpa suficiente para todos na União Europeia

Ninguém começou a tentar estabelecer a culpa, na Europa. Um acordo entre a Grécia e seus credores permitirá que o país pague em dia a parcela de seus títulos que vence no dia 20. Os europeus merecem elogios por terem dado um passo significativo na direção do realismo. Os credores privados aceitaram perder mais de 50% dos valores que tinham a receber e também uma redução nos juros, o que representa alívio de mais de dois terços da dívida grega.

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A MÁQUINA DE TRITURAR GOVERNOS

Clóvis Rossi

Folha de S.Paulo, 22/11/2011

Agitação nos mercados torna Europa ingovernável, independentemente do partido dos políticos

Na antevéspera da votação, Mariano Rajoy, presidente eleito do governo espanhol, havia mendigado aos mercados que lhe dessem mais de meia hora de trégua, no pressuposto de que governos eleitos devem ser respeitados. Até concordo com o pressuposto, mas os mercados, ah, os mercados, não lhe deram nem um minutinho, nem um segundo sequer: a Bolsa de Madri caiu, e o risco-país da Espanha foi o que mais subiu ontem, outro dia de baderna nos mercados.

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