VOTOS INDECISOS E ERROS NAS PESQUISAS

Mauricio Costa Romão

 A preocupação dos institutos de pesquisa no estágio final das eleições é apresentar os resultados de intenção de voto em termos de votos válidos (votos totais menos os votos em branco e os votos nulos), já que será nessa modalidade que a divulgação oficial dos números do pleito será feita.

Assim, quanto ao percentual de eleitores que se intitularam indecisos (que pode ser maior do que o percentual dos que disseram que iam votar em branco ou anular o voto), qual é o procedimento dos institutos para essa categoria?

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PESQUISA ELEITORAL: INFORMAÇÃO TRANSPARENTE (I)

 

Eleitora

Os institutos de pesquisa eleitoral são claros, transparentes, quando divulgam seus resultados? Por exemplo, os “press-releases” enviados para os jornais e mídia on-line são suficientemente informativos? 

Maurício Costa Romão

No que se refere àquelas informações básicas associadas às intenções de voto, tipo: margem de erro, tamanho da amostra, data do trabalho de campo, votos válidos, etc., os institutos normalmente fazem comentários curtos, porém esclarecedores. Alguns detalhes mais técnicos são deliberadamente omitidos, em especial para o jornal impresso, porque podem tornar o texto jornalístico um tanto árido e de difícil assimilação pelo grande público.

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ERROS EM PESQUISAS ELEITORAIS

Eleitor

“Gostaria de elaborar um pouco mais essa questão do erro nas pesquisas. Nós já vimos resultados muito discrepantes das pesquisas, erros grosseiros. O exemplo que você mesmo deu da Bahia é paradigmático, repercutiu no país todo. Os institutos nunca admitem estar equivocados. Sempre têm uma explicação. O resultado da Bahia, por exemplo, não foi erro dos institutos?”

Maurício Costa Romão

Primeiro, você tem razão, é raríssimo um instituto admitir que errou. Apesar da arrogância dos institutos, as pesquisas erram. Felizmente o fazem em quantidade disparadamente menor do que acertam. Mais à frente, vamos qualificar o que se entende por erro em pesquisa. Mas veja, recentemente, o Ibope, através de Márcia Cavallari, fez uma mea culpa na eleição da Paraíba em 2010.Um dia antes daquela eleição (02 de outubro), o Ibope considerou Zé Maranhão vencedor do pleito no primeiro turno, com 52% dos votos válidos. Na boca de urna do dia 03 previu também Zé Maranhão à frente. Abertas as urnas, Ricardo Coutinho teve mais votos que Zé Maranhão e a eleição foi para o segundo turno.

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AS PESQUISAS ERRARAM?

O Ibope previu corretamente 97% das intenções de voto apuradas nas sondagens realizadas na véspera da eleição e na boca de urna, num conjunto de 521 candidaturas

Márcia Cavallari

O Estado de S.Paulo, 08/10/2010

Entre todas as pesquisas realizadas no mercado, as de intenção de voto são as únicas cujo resultado pode ser verificado pela comparação direta com as urnas eleitorais. Para o Ibope, essa é uma oportunidade para endossar a credibilidade que o instituto conquistou em seus 68 anos.

No calor da disputa eleitoral, contudo, a forma como são noticiadas, não raro, contribui pouco para o eleitor fazer uma análise fria do comparativo com as urnas. Não por acaso, um dos assuntos mais discutidos na semana foram os “erros” dos institutos.

De fato, as pesquisas não são infalíveis. Mas será que aconteceram mesmo tantos erros? No caso do Ibope, único instituto do País a realizar pesquisas regulares em 26 Estados e mais o Distrito Federal, posso afirmar que saímos do 1.º turno com um saldo positivo.

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BOCA DE URNA FEZ FEIO NESTA ELEIÇÃO

Fonte: elaboração do autor, com base em dados do TRE e do Ibope

Por Maurício Costa Romão

A principal característica distintiva da pesquisa boca de urna é que as entrevistas são feitas depois que o eleitor vota. Sob este aspecto esse tipo de levantamento tem, pelo menos, duas grandes vantagens sobre o survey convencional, que é realizado pré-voto:

(1) capta os sentimentos mais recentes dos eleitores, atualidade que a pesquisa normal não chega a alcançar e (2) a intenção de voto do eleitor já se materializou: os indecisos se decidiram, e quem eventualmente cogitava mudar de uma candidatura para outra, não mais pode fazê-lo.

Daí por que a pesquisa boca de urna é a modalidade que apresenta o maior índice de acertos, quando se comparam suas estimativas com os resultados oficiais das eleições. Quer dizer, os prognósticos da pesquisa boca de urna, que estão dentro da margem de erro amostral considerada, são os que mais se aproximam dos valores observados, relativamente aos levantamentos normais de antes do dia da eleição.

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