“REVISTA ALGO MAIS” ENTREVISTA MAURÍCIO COSTA ROMÃO

 

ALGO MAIS: A eleição deste ano será bem diferente das anteriores, devido à pandemia. O que muda essencialmente?

MR: A característica principal desta eleição é que as campanhas dos candidatos vão acontecer com pouca presença física junto ao eleitorado. A campanha, digamos, analógica, passa a ser virtual e isso traz várias conseqüências:

A rua física se torna rua virtual, o comitê físico agora é remoto, os contatos pessoais de rua, próprios da tradicional campanha, passam a ser contatos de redes, e o bom cabo eleitoral agora é o que tem influência digital; os gastos de campanha com materiais físicos são destinados hoje aos meios digitais; a propaganda com panfletos, santinhos, etc., agora será divulgada com mensagens de vídeo e por aí vai. É uma mudança muito profunda em termos de eleição.

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ENTREVISTA P/ THIAGO LUCAS – BLOG “O PALANQUEIRO”

Maurício Costa Romão é Master e Ph.D. em economia pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, sendo autor de livros e de publicações em periódicos nacionais e internacionais. Presidiu a Associação Nacional de Centros de Pós-graduação em Economia (ANPEC) e foi diretor da Sociedade Brasileira de Econometria. Atuou como consultor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), membro da Comissão de Especialistas de Economia do Ministério da Educação e pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bem como membro do Comitê Assessor de Economia desse órgão.

Frequentou, como Visiting Scholar, a Universidade de Illinois, a Universidade College-London e a Universidade de Harvard. Foi, ainda, secretário de Administração e Reforma do Estado do Governo de Pernambuco, secretário-adjunto de Planejamento da Prefeitura do Recife, diretor de Administração de Incentivos (Finor) da Sudene, consultor do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) – órgão pertencente à Organização dos Estados Americanos (OEA) – e coordenador do Projeto Iniciativa pelo Nordeste, apoiado pelo Banco Mundial.

Seus textos e análises podem ser vistos no seu blog: https://mauricioromao.blog.br/

A seguir a entrevista com o professor Maurício Romão:

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PESQUISA ELEITORAL: PROBLEMA DE INTERPRETAÇÃO

 

Eleitora

Para mim eu vejo dois principais problemas na leitura das pesquisas: um, é o envolvimento emocional do eleitor com o processo eleitoral em si, o que distorce sua compreensão dos números; outro, é uma questão de desconhecimento mesmo, ele, eleitor, mesmo desprendido da carga emocional, também tem dificuldade de interpretar corretamente as pesquisas. Não acha?

Maurício Costa Romão

Você está correta nesses dois pontos. De fato, ademais do contexto emocional, que tem um peso enorme, já que se está lidando com derrotas e vitórias, boa parte da reação do público, do eleitor comum, aos resultados das pesquisas, vincula-se ao desconhecimento quase generalizado das características estatísticas e metodológicas que emolduram a concepção desses levantamentos e do real significado de seus resultados.

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ERROS EM PESQUISAS ELEITORAIS

Eleitor

“Gostaria de elaborar um pouco mais essa questão do erro nas pesquisas. Nós já vimos resultados muito discrepantes das pesquisas, erros grosseiros. O exemplo que você mesmo deu da Bahia é paradigmático, repercutiu no país todo. Os institutos nunca admitem estar equivocados. Sempre têm uma explicação. O resultado da Bahia, por exemplo, não foi erro dos institutos?”

Maurício Costa Romão

Primeiro, você tem razão, é raríssimo um instituto admitir que errou. Apesar da arrogância dos institutos, as pesquisas erram. Felizmente o fazem em quantidade disparadamente menor do que acertam. Mais à frente, vamos qualificar o que se entende por erro em pesquisa. Mas veja, recentemente, o Ibope, através de Márcia Cavallari, fez uma mea culpa na eleição da Paraíba em 2010.Um dia antes daquela eleição (02 de outubro), o Ibope considerou Zé Maranhão vencedor do pleito no primeiro turno, com 52% dos votos válidos. Na boca de urna do dia 03 previu também Zé Maranhão à frente. Abertas as urnas, Ricardo Coutinho teve mais votos que Zé Maranhão e a eleição foi para o segundo turno.

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