Emílio Odebrecht
Folha de S.Paulo, 07/11/2010
No domingo passado, escolhemos a brasileira que conduzirá o governo da nação nos próximos quatro anos. Foi a sexta eleição presidencial direta consecutiva, marcando nosso mais longo período de estabilidade democrática.
O processo sucessório será concluído em janeiro, quando o presidente Lula entregar para Dilma Rousseff a faixa presidencial que recebeu de Fernando Henrique Cardoso. Antes deles, o último presidente escolhido pelo voto direto que participou da posse do sucessor foi Juscelino Kubitschek, 50 anos atrás.
É justo, neste momento, reconhecer no presidente Lula, além dos méritos inegáveis na manutenção da estabilidade econômica e no controle da inflação, herdadas do governo de Fernando Henrique Cardoso, e na prioridade que deu aos investimentos no campo social, a firmeza de negar apoio às tentativas de alteração da Constituição, que lhe permitiriam disputar agora um terceiro mandato.