Não é (só) a economia

  

(Publicado no Jornal do Commercio em 30/08/2020)

Juliano Domingues

Maurício Costa Romão

 A política tem razões que a própria razão econômica desconhece. Não levar isso em conta induz análises apressadas a equívocos relativamente comuns, como o de estabelecer relação causal entre o auxílio emergencial da covid 19 e melhora da avaliação da gestão Jair Bolsonaro.

Pesquisa Datafolha do início deste mês apontou o melhor índice de aprovação do atual presidente desde o início do mandato: 37% dos eleitores classificaram sua administração como positiva. Os números mais favoráveis ao governo surgem em um contexto de pagamento de R$ 254,6 bilhões em auxílio emergencial, com quase 1/3 da população beneficiada.

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CRISE ECONÔMICA E AGENDAS DE SUPERAÇÃO

Maurício Costa Romão

O Boletim Focus do Banco Central (BC), que afere posicionamentos do mercado quanto a indicadores relevantes da economia brasileira, tem trazido projeções nada alentadoras para 2016, ainda que em números mais favoráveis do que aqueles previstos para 2015.

No último Boletim (18/12), espera-se que a recessão continue forte: de um decréscimo do PIB de -3,70% estimado para 2015, o mercado prevê uma nova queda de -2,80% no ano subsequente. Registre-se, por oportuno, que o país teve crescimento zero em 2014.

A inflação, medida pelo IPCA, hoje no entorno de 10,70%, deve ceder por conta dos juros elevados e da recessão, ambos inibidores da demanda agregada. O mercado trabalha com um percentual nas cercanias de 6,87%, mesmo assim maior que o teto da meta.

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VEIO, VIU E PERDEU!

Maurício Costa Romão

Quando foi convidado para o governo Joaquim Levy sabia que o grande problema da economia brasileira residia na deterioração das contas públicas, fruto de irresponsável ativismo fiscal patrocinado pela presidente Dilma Rousseff no bojo da “nova matriz econômica”.

E foi com base nesse diagnóstico que propôs inicialmente um ajuste fiscal contemplando superávit primário (não inclui os juros da dívida) para 2015 de 1,13% do PIB e de 2,0% para 2016.

Perseguir superávit primário é indicar para os mercados que o governo vai gerar receitas maiores que as despesas e ainda poupar para fazer face ao serviço da dívida. É a forma clássica de o governo sinalizar compromissos com o ajuste e demonstrar condições de estabilizar a trajetória do seu crescente déficit nominal (inclui os juros da dívida).

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ECONOMIA CRIATIVA

 

Aécio Neves

Folha de S.Paulo, 21/05/2012

Eventos de porte que têm como base a economia criativa florescem país afora. Amanhã o Fashion Rio abre suas portas, antecipando-se, em duas semanas, ao São Paulo Fashion Week. Há pouco foi encerrado o Minas Trend Preview. São exemplos do crescimento exponencial de uma atividade econômica que, sem perder o fio de sua origem, a de um artesanato nascido de talentos criativos, expandiu-se como negócio amplo e relevante, gerador de milhares de empregos qualificados e de alto valor agregado.

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ECONOMIA FÁCIL E INÚTIL

Paul Krugman

Folha de S.Paulo, 12/05/2012

Alegar que problemas são estruturais dá desculpa para nada fazer para reduzir desemprego

Alguns dias atrás, li um estudo que parecia competente na “American Economic Review”, cujo argumento central era o de que o desemprego elevado dos EUA tinha raízes estruturais profundas e não era suscetível a soluções rápidas.O diagnóstico era que a economia dos EUA simplesmente não é flexível o bastante para enfrentar rápidas mudanças tecnológicas.

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