Não gostaria de viver em um mundo onde todos concordam sempre com tudo. Gosto dos debates, das duvidas, e dos dilemas. Acho que o mundo seria muito mais feio se fosse uniforme, unanime e perfeito. Admiro aqueles que discordam. Que tem ideias próprias. Que duvidam. Que criticam. Que defendem suas ideias ainda que elas não reflitam o que a maioria crê. Admiro aqueles que, em sua jornada, não permitem que dúvidas e dilemas se transformem em limitações.
O Brasil, que votou maciçamente em duas mulheres para a Presidência da República e escolheu uma delas para ocupar o mais alto cargo executivo da nação, ainda não tem representação feminina significativa em nenhum cargo das 500 maiores empresas do país. Este é um dos dados contidos no “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil – 2010”.
O estudo pioneiro, e até o momento único do país, é feito pelo Instituto Ethos e pelo Ibope Inteligência a cada dois anos, desde 2001. Ele avalia, entre outros dados, a composição por cor ou raça e sexo, bem como presença de pessoas com deficiência em todos os níveis hierárquicos das maiores empresas do país.
O estudo mostra avanços, mas o ritmo é muito lento, de um ou dois pontos percentuais a cada ano. Hoje, as mulheres, que são 51% da população brasileira (IBGE), têm 31% de representação no quadro funcional, 26,8% na supervisão, 22,1% na gerência e 13,7% no executivo.