AS PESQUISAS BRASILEIRAS

 Artigo publicado pelo site do Vox Populi em 04/04/2010

Até agora, as eleições presidenciais de 2010 já bateram dois recordes: a) são as que mais cedo começaram em nossa história política e b) são, de todas as que fizemos, aquelas em que mais tivemos pesquisas. Desde sua largada, há mais de três anos, não deve ter havido um só mês em que pelo menos uma não tenha sido divulgada.

Daqui para a frente, esse ritmo só tende a aumentar. De abril a junho, quando serão realizadas as convenções dos partidos, sua frequência se intensificará, com periodicidade cada vez menor. Depois de julho e, especialmente, de 18 de agosto em diante, quando se inicia a propaganda eleitoral na televisão e no rádio, uma verdadeira enxurrada de números vai desabar sobre o eleitorado. Sem contar que as eleições nos estados também estarão quentes e merecerão suas próprias pesquisas.

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BOCA DE URNA FEZ FEIO NESTA ELEIÇÃO

Fonte: elaboração do autor, com base em dados do TRE e do Ibope

Por Maurício Costa Romão

A principal característica distintiva da pesquisa boca de urna é que as entrevistas são feitas depois que o eleitor vota. Sob este aspecto esse tipo de levantamento tem, pelo menos, duas grandes vantagens sobre o survey convencional, que é realizado pré-voto:

(1) capta os sentimentos mais recentes dos eleitores, atualidade que a pesquisa normal não chega a alcançar e (2) a intenção de voto do eleitor já se materializou: os indecisos se decidiram, e quem eventualmente cogitava mudar de uma candidatura para outra, não mais pode fazê-lo.

Daí por que a pesquisa boca de urna é a modalidade que apresenta o maior índice de acertos, quando se comparam suas estimativas com os resultados oficiais das eleições. Quer dizer, os prognósticos da pesquisa boca de urna, que estão dentro da margem de erro amostral considerada, são os que mais se aproximam dos valores observados, relativamente aos levantamentos normais de antes do dia da eleição.

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