AVALIANDO DESEMPENHO DE PESQUISAS ELEITORAIS (Nota Técnica)

Por Maurício Costa Romão

 “… muitos questionam as pesquisas por causa de decimais fora da margem de erro, dando a elas um rigor de precisão que não está no seu propósito, quando deveriam na verdade ser interpretadas como estimativas de tendências.” (As Pesquisas Erraram? Márcia Cavallari, 08/10/2010, O Estado de S. Paulo).

“Erram os que cobram precisão numérica de pesquisas encerradas na véspera da eleição, quando ainda há indecisos.” (Erros sobre Erros, Mauro Paulino, Folha de S.Paulo, 12/10/2010).

Para se fazer uma avaliação de desempenho de pesquisas eleitorais é preciso antes estabelecer um critério que possibilite confrontar suas estimativas com os resultados finais da eleição, num contexto em que os “concorrentes” participem em condições as mais igualitárias possíveis.

Qualquer que seja esse critério, todavia, há que se nivelar, inicialmente, a base temporal em que os levantamentos são realizados pelos diferentes institutos. Os comparativos só fazem sentido se os trabalhos de campo forem feitos praticamente nos mesmos dias, pouco antes das eleições.

Assim, garante-se que nenhum instituto leve vantagem sobre os demais, captando manifestações recentes dos eleitores que os outros não chegaram a obter. A pesquisa boca de urna, por exemplo, sempre é favorecida, já que é realizada no dia da eleição e entrevista o eleitor após ele ter votado.

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