BOLSONARO EM ZUGZWANG

 

Maurício Costa Romão

O Auxílio Emergencial (AE) para 67 milhões de brasileiros só vigora até dezembro. Na iminência do abalo social, econômico e político que advirá da cessação do benefício, o presidente Bolsonaro busca uma maneira de torná-lo permanente, com um valor de R$ 300 para aproximadamente 20 milhões de pessoas.

A questão é: com que recursos? Como sói acontecer nestas garimpagens por escassas fontes de renda, a malfadada idéia da CPMF sempre emerge como alternativa. A história desse imposto no Brasil não recomenda ressuscitá-lo.

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VEIO, VIU E PERDEU!

Maurício Costa Romão

Quando foi convidado para o governo Joaquim Levy sabia que o grande problema da economia brasileira residia na deterioração das contas públicas, fruto de irresponsável ativismo fiscal patrocinado pela presidente Dilma Rousseff no bojo da “nova matriz econômica”.

E foi com base nesse diagnóstico que propôs inicialmente um ajuste fiscal contemplando superávit primário (não inclui os juros da dívida) para 2015 de 1,13% do PIB e de 2,0% para 2016.

Perseguir superávit primário é indicar para os mercados que o governo vai gerar receitas maiores que as despesas e ainda poupar para fazer face ao serviço da dívida. É a forma clássica de o governo sinalizar compromissos com o ajuste e demonstrar condições de estabilizar a trajetória do seu crescente déficit nominal (inclui os juros da dívida).

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RAPIDINHAS SOBRE O PACOTE FISCAL

Maurício Costa Romão

Origem: populismo fiscal (reiterados déficits – despesa maior que a receita – financiados via endividamento);

Consequências: esgotamento das fontes de financiamento do déficit, recessão, desemprego e inflação);

Urgência: reequilibrar as contas públicas (sinal para o mercado e para agências internacionais);

Caminho: atuar sobre receita e despesa, já que através do endividamento é impossível;

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CRISE À ESPANHOLA

Editorial da Folha de S.Paulo, 25/05/2011

A hecatombe econômica global desencadeada em 2008 infligiu mais uma derrota eleitoral a um governo que patinava no combate à crise, desta vez na Espanha. A situação financeira espanhola é, no mínimo, preocupante. O país tem lugar cativo na lista de candidatos a recorrer a um socorro de bilhões de euros, juntando-se a Portugal, Irlanda e Grécia. O desemprego, em 21%, é mais que o dobro da média europeia; entre jovens, ultrapassa 45%.

A crise econômica estabelece uma engrenagem perversa para os governantes. Depois de gastar bilhões no socorro aos bancos e na tentativa de manter a economia à tona, são obrigados a realizar um forte ajuste fiscal, com corte de despesas e benefícios sociais, para tentar recompor suas contas.

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