A TERCEIRA ALMA DO PT

(Artigo publicado no Jornal do Commercio, Pernambuco, em 31 de março de 2015)

Maurício Costa Romão

Em março de 2013 o Datafolha detectou que a percentagem dos eleitores brasileiros que tinha preferência pelo PT era de 30%. Dois anos depois, em março de 2015, esta taxa caiu para 9%, o menor nível desde 1989.

A que se deve esse desgaste da sigla que foi referência para a democracia brasileira e sempre esteve na vanguarda das lutas sociais e políticas do país desde sua fundação?

O PT surgiu da base sindical do operariado paulista do fim da década de 70 e angariou protagonismo e admiração como um grande partido de esquerda que pregava o socialismo democrático como forma de organização social.

Ler mais

JUNHO, PETROBRÁS, CINISMO

Maurício Costa Romão

Entre as várias bandeiras hasteadas pela população nas ruas, em junho de 2013, três delas tremularam em mastros mais elevados: a do basta na corrupção, a de nova prática política, alicerçada na ética, e a de serviços públicos de qualidade.

Essas demandas da massa insurgente que ocupou as ruas físicas na ocasião, e que continua até agora reverberando reclamos nas ruas virtuais, não foram sequer tangenciadas quanto ao seu atendimento mínimo.

Daí o sentimento de insatisfação que grassa na sociedade com a situação no país. Sentimento esse que resvalou até para certo tensionamento social, visível antes da Copa do Mundo.

Ler mais

DEMOCRACIA E CORRUPÇÃO

Marina Silva

Folha de S.Paulo, 11/05/2012

O povo brasileiro vê mais um escândalo de corrupção e já não sabe o que sente, se indignação ou fastio. Muitos já não têm esperanças de que esse triste e repetitivo espetáculo um dia termine. Desta vez, as informações divulgadas -a famosa pontinha do iceberg- nos dão uma visão estarrecedora: algumas das instituições mais importantes do país e até partes da sociedade estão permeadas por relações ilegais, dinheiro ilícito, tráfico de influência e até sequestro e extorsão.

Ler mais

SEM INDIGNAÇÃO

Marisa Gibson

Coluna Diário Político

Diário de Pernambuco, 19/11/2011

A baixíssima adesão popular aos movimentos contra a corrupção que tomaram as ruas do Brasil nos últimos meses, mesmo com cinco ministros demitidos por mau uso do dinheiro público e tráfico de influência e mais um na corda bamba – Carlos Lupi, do Trabalho – só tem uma explicação. A frase “é a economia, estúpido”, dita em meados da década de 1990 pelo estrategista democrata norte-americano James Carville, e que virou quase que obrigatória quando se fala sobre o que pesa numa eleição nacional, também pode se aplicar à passividade com a qual os eleitores brasileiros têm reagido aos escândalos de corrupção.

Ler mais

O MAL DO BRASIL

Marcos Coimbra

Desde o século XIX, quando começamos a nos definir como país, começamos a procurar a raiz de nossos males. A construção de uma identidade nacional brasileira é inseparável dessa busca. É como se, entre o destino imaginado de potência e a realidade mesquinha que se percebia, se interpusesse um obstáculo. Corretamente identificado e tratado, ele poderia ser removido, assim permitindo que nossas vocações fossem plenamente realizadas.

Ler mais