Editorial do jornal Folha de S.Paulo, 20/02/2012
Como Clinton, que fumou, mas não tragou, líderes do PT fazem contorcionismo para justificar privatizações e metamorfoses políticas
Entrou para o folclore político mundial a resposta de Bill Clinton às suspeitas de que teria fumado maconha em sua época de estudante. “Fumei, mas não traguei”, declarou o candidato democrata à Casa Branca, em 1992. Fórmula análoga tem sido utilizada por petistas na tentativa de conciliar a transferência da operação de aeroportos para a iniciativa privada, promovida pelo governo federal, com o discurso contrário às privatizações que a agremiação sustentou, de forma agressiva, nas últimas campanhas presidenciais.