MANIFESTAÇÕES DE CLASSE MÉDIA?

Prezado Inaldo Sampaio:

Os movimentos de rua do dia 16 suscitaram algumas análises na mídia que, a meu ver, carecem de alguns reparos. Uma delas, muito difundida, aliás, está expressa hoje (18) na sua mui lida coluna Fogo Cruzado, da lavra do nosso amigo Maurílio Ferreira Lima.

Diz o atuante ex-deputado que “o protesto de domingo foi ‘nitidamente da classe média’ porque não se viu negros e nem desdentados nas manifestações”.

Ora, seria uma grande surpresa e uma contradição histórica se não fosse “nitidamente da classe média”.

Ler mais

A ASCENSÃO INTERROMPIDA

Maurício Costa Romão

As pesquisas nacionais de avaliação da administração da presidente Dilma Rousseff, feitas neste ano pelo Datafolha, Ibope, MDA e Paraná Pesquisas, têm detectado declínio persistente do índice de aprovação ao governo (popularidade), medido pela soma dos percentuais de ótimo e bom.

Outro ponto em comum entre as pesquisas é que essa queda de avaliação positiva se espraia por todas as classes socioeconômicas e geográficas consideradas nos levantamentos, tais como sexo, escolaridade, renda, idade, região, natureza do município, etc.

Dentre essas classes merece destaque a que compreende o conjunto das famílias que ganha de 2 a 5 salários mínimos. Neste contingente se encontram, grosso modo, 40% das famílias brasileiras. É onde estão toda a classe D e parte da classe C, numa simplificação adaptada das classificações do IBGE. Com um pouco mais de esforço imaginativo pode-se considerar ainda que aí se aloja boa parte da decantada “nova classe média”.

Ler mais

ENTREVISTA COM FHC

 

“Não sou idiota para propor que o PSDB ignore o povão”, diz FHC

Cristiane Agostine

Valor Econômico, 14/04/2011

FHC: “Ficar no discurso de quem rachou ou de quem é candidato não interessa a ninguém; é preciso sensibilizar a população”

“Qual é o bobo que vai deixar de lado o povão nas eleições? Eu não sou um idiota”. Indignado, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 79 anos, diz que foi mal interpretado no artigo de sua autoria, divulgado pelo PSDB e amplamente criticado por correligionários. No texto, o presidente de honra do partido diz que se os tucanos persistirem em disputar com o PT a influência sobre os movimentos sociais ou o “povão”, o partido falará sozinho.

Em entrevista ao Valor, concedida na tarde de ontem por telefone, FHC afirma que na entressafra eleitoral o PSDB precisa construir um discurso e direcioná-lo para aqueles que ascenderam socialmente durante os anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para Fernando Henrique, o partido precisa manter uma expectativa de poder para continuar vivo. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Ler mais