Maurício Costa Romão
O governo Paulo Câmara está ultimando aprimoramentos na constituição final do edital de licitação da folha de pagamentos do funcionalismo estadual, iniciativa que pode injetar, no mínimo, cerca de R$ 500 milhões aos cofres públicos. É oportuno relembrar os primórdios dessa modalidade de negociação.
Conta o deputado federal Mendonça Filho que em visita ao então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que à época lançava edital de licitação para a venda da folha de pagamentos do governo municipal, perguntou se ele, Kassab, sabia em que governo se iniciara aquele procedimento de negociar a folha com os bancos. O prefeito respondeu prontamente: “foi no governo de José Serra, no Estado de São Paulo”!
Bancos
MARATONA E RUÍNA DOS BANCOS
Vinicius Torres Freire
Folha de S.Paulo, 17/05/2012
Temor de saída do euro acelera corrida para sacar dinheiro dos bancos gregos, o que ameaça bancos europeus
UMA CORRIDA BANCÁRIA quebra um banco. O corre-corre para sacar dinheiro de vários bancos, como na Grécia, pode quebrar o país inteiro. Pior, pode servir de exemplo para cidadãos de Portugal, Itália, Espanha. O medo de ver seu dinheiro evaporar leva correntistas a sacar tudo de suas contas. Como a maior parte dos recursos depositados nos bancos “não está lá” (foi emprestada, usada em outros negócios), basta que fatia dos depósitos seja resgatada para que o banco quebre.
ECONOMIA FÁCIL E INÚTIL
Paul Krugman
Folha de S.Paulo, 12/05/2012
Alegar que problemas são estruturais dá desculpa para nada fazer para reduzir desemprego
Alguns dias atrás, li um estudo que parecia competente na “American Economic Review”, cujo argumento central era o de que o desemprego elevado dos EUA tinha raízes estruturais profundas e não era suscetível a soluções rápidas. O diagnóstico era que a economia dos EUA simplesmente não é flexível o bastante para enfrentar rápidas mudanças tecnológicas. O estudo criticava programas como o seguro-desemprego, visto como prejudicial aos trabalhadores porque reduz o incentivo para que se ajustem às novas realidades do mercado.
POBRES BANCOS
Jorge Hereda
Folha de S.Paulo, 17/04/2012
Um turista, lendo sobre como os bancos do país não podem reduzir juros, acharia que eles estão em crise. Ficaria confuso ao descobrir seus altos lucros
Imagine um estrangeiro que chegasse ao Brasil sem nenhum conhecimento prévio da nossa economia e lesse algumas análises feitas por especialistas sobre a decisão dos bancos públicos de reduzir o custo do crédito para famílias e empresas. A que conclusão este visitante chegaria? Entenderia, provavelmente, que o setor bancário brasileiro está passando por período de vacas magras, com baixa rentabilidade, até mesmo com prejuízo, decorrente de níveis de inadimplência estratosféricos, de um elevado padrão de insegurança jurídica e de tributos escorchantes.