ALIENAÇÃO ELEITORAL E ELEIÇÕES PROPORCIONAIS

 Maurício Costa Romão

 O enorme descrédito dos eleitores com a política, com os políticos, e com o establishment em geral tem levado a maioria dos analistas a prever altas taxas de alienação eleitoral (abstenção + votos em branco + votos nulos) no pleito de 2018.

A experiência da eleição passada recomenda cautela nessas previsões. De fato, embora o ambiente daquele período fosse muito menos carregado que o de hoje, no qual se vivenciam superposições de crises, o fato é que as bandeiras empunhadas nas manifestações de rua de 2013 (rua física e rua virtual) estavam fortemente impregnadas de sentimentos de anti-política, anti-representação (“vocês não nos representam”) e anti-governo, tal qual se detecta no momento presente.

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MANIFESTAÇÕES DE RUA E ALIENAÇÃO ELEITORAL

Maurício Costa Romão

Os movimentos insurgentes de junho, enquanto arena de mobilização popular de rua, criaram a falsa impressão de que haviam sido de caráter episódico, visto que desapareceram repentinamente.

Ledo engano. As pesquisas eleitorais que se sucedem umas às outras – funcionando como caixa de ressonância do pensamento da população – têm revelado que as insatisfações permanecem latentes, só que agora externalizadas de forma recôndita. A queda substancial na avaliação da gestão de governantes desde o meio do ano, urbi et orbi, é prova eloquente disso.

É muito provável, portanto, que essas inquietudes perdurem até as eleições, mesmo porque algumas das demandas que as motivaram não podem ser atendidas no curto prazo, e outras tantas ainda não sensibilizaram seus destinatários, particularmente as de cunho ético-político.

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ALIENAÇÃO ELEITORAL RECENTE NO BRASIL

Fonte: elaboração própria, com base em dados do TSE

Fonte: elaboração própria, com base em dados do TSE

Maurício Costa Romão

Nas três últimas eleições para presidente do Brasil e para prefeito dos municípios restaram constatados os seguintes fatos relativos à alienação ou alheamento eleitoral (incidência de votos nulos, votos em branco e de abstenção):

  1. O percentual de abstenção é sempre maior no segundo do que no primeiro turno, em cada pleito, tanto para presidente, quanto para prefeito;
  2. O percentual de abstenção é sempre maior para presidente do que para prefeito, em cada turno e em cada pleito;
  3. Os percentuais de votos nulos, seja para presidente, seja para prefeito, são sempre maiores do que os percentuais de votos em branco, tanto no primeiro, quanto no segundo turno, em cada pleito;
  4. Tanto os percentuais de votos em branco, quanto os percentuais de votos nulos são sempre maiores no primeiro do que no segundo turno, em cada pleito;

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