O QUE É REJEIÇÃO?

Adriano Oliveira

As pesquisas eleitorais revelam corriqueiramente a rejeição dos candidatos. A tese simplória é: quanto mais um candidato é rejeitado, menor as suas chances de vencer a eleição. Geralmente, os institutos de pesquisas questionam o eleitor se ele votaria com certeza ou de maneira nenhuma em dado candidato. Se a resposta for, por exemplo: 42% não votam no candidato X, políticos e publicitários afirmam logo que ele não tem chances de vencer a disputa eleitoral.

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A DESIDEOLOGIZAÇÃO DAS CAMPANHAS ELEITORAIS

Por Adriano Oliveira

O livro The European Voter – A Comparative Study of Modern Democracies, organizado por Jacques Thomassen, revela que a ideologia é uma variável em desuso para explicar o comportamento do eleitor. O raciocínio dos variados autores que participaram do livro é que mudanças socioeconômicas transformaram o eleitor europeu. E, por consequência, a ideologia não tanto importa para explicar a escolha dos eleitores. No livro Esquerda e Direita no eleitorado brasileiro, André Singer mostra que a ideologia explica, junto com outras variáveis, o capital eleitoral de Lula nas eleições de 1989 e 1994. Considerando as transformações socioeconômicas ocorridas na sociedade brasileira nestes últimos 21 anos, tenho a hipótese de que a ideologia não explica de modo satisfatório a escolha dos eleitores.

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TRAJETÓRIA, SAÍDA, VOZ E LEALDADE

 

Adriano Oliveira – Cientista Político – http://www.leiaja.com/

Eleitores fazem escolhas, as quais não são estáticas. Os eleitores estão numa trajetória. Nesta, eles recebem influências diversas. Eleitores interagem com outros eleitores e podem consolidar ou mudar as suas escolhas. Informações e fatos emocionais influenciam as escolhas dos eleitores. O comportamento do eleitor reflete um trem nos trilhos. O eleitor e o trem estão numa trajetória em busca do destino. O destino do trem é a estação. O destino do eleitor é a urna. No decorrer da trajetória, o trem poderá escolher por parar em variadas estações. O eleitor na trajetória, em razão de variados vetores que influenciam as suas escolhas, poderá fazer diversas escolhas. Ou consolidar as escolhas já realizadas.

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A TEORIA DOS JOGOS E A FRENTE POPULAR

Por Adriano Oliveira – Cientista Político – http://www.leiaja.com/

A Teoria dos Jogos é um instrumento metodológico utilizado pelos estrategistas políticos para decifrar o presente e prognosticar o futuro. A premissa fundamental da Teoria dos Jogos é que os atores são racionais. Portanto, buscam benefícios e evitam custos. Em jogos simples da Teoria dos Jogos, os quais têm o objetivo de evidenciar o comportamento dos atores ou prognosticar as suas ações, o ato de cooperar ou não cooperar são as duas alternativas principais. Os indivíduos, por serem racionais, cooperam em razão da busca por benefícios. E não cooperam caso prevejam perdas.

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COMO FAZER OPOSIÇÃO?

 

Por Adriano Oliveira

Atores políticos sem espaço no governo sempre ficam a questionar: como fazer oposição? Pergunta de fácil resposta. Entretanto, de difícil execução. Ser oposição é fiscalizar o governo. Ser oposição é propor alternativas ao governo.

 O PT na era FHC fez oposição com muita competência. O partido fiscalizava sem tréguas o governo FHC. As denúncias faziam parte da ação do partido. O PT mostrava alternativas. O discurso pautado na ajuda aos mais pobres e contra as políticas neoliberais eram as características da oposição realizada pelo PT.

Após o governo FHC, o PT assume o poder. A Carta aos Brasileiros assinada por Lula no decorrer da campanha eleitoral de 2002 mostrou, já naquele instante, que o PT não iria ter uma agenda econômica diferente da do PSDB. Os pilares da economia do governo FHC seriam mantidos.  Apesar das pressões, o governo Lula não abriu mão de manter a moeda estável e o controle fiscal. E, sabiamente, expandiu e criou novas políticas sociais – Bolsa Família, aumento do salário mínimo e PROUNI.

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