

Por Maurício Costa Romão
Os resultados das nove pesquisas nacionais para Presidente, realizadas neste mês de agosto pelos Institutos Datafolha (3), Sensus (2), Vox Populi (1) e Ibope (2), mostram Dilma Rousseff se distanciando do principal oponente, José Serra, e ampliando sua vantagem de forma consistente, com percentuais fora da margem de erro.
O gráfico que acompanha o texto, que já inclui a pesquisa do Ibope divulgada hoje, 28/08, descreve a evolução das intenções de voto de Dilma comparadas com a soma das intenções de Serra, Marina e outros candidatos (estes, com uma média de intenção de votos de 1,6%).
Nota-se que as intenções de voto de Dilma, até a primeira quinzena de agosto, estiveram ocasionalmente acima das consignadas aos outros candidatos. Entretanto, tomando como referência as últimas quatro pesquisas já se percebe um distanciamento numérico mais regular, com diferenças de percentuais bem fora das margens de erro.
Considerando os quatro últimos levantamentos, no mês de agosto, a média de intenção de votos de Dilma Rousseff foi de 48,3%, o que corresponde a 65,6 milhões de votos, para um contingente total de 135,8 milhões de eleitores (dados do TSE para 2010).
Como a média de intenções de votos de José Serra, no mesmo período, foi de 28,5%, equivalente a 38,7 milhões de votos, a diferença entre os dois principais postulantes chega a 26,9 milhões de votos (há que se ter reservas com essa transformação de percentuais de intenção de votos em número de votos, posto que, no dia do pleito, dos eleitores do país alguns não comparecem para votar (a chamada abstenção), diminuindo o total de votos apurados).
Pelos percentuais médios de intenção de votos das quatro últimas pesquisas de agosto, Dilma está a quase 10 pontos de percentagem acima dos outros candidatos, o que equivale a cerca de 13 milhões de votos.
Quando acontece isso, das intenções de voto da candidatura líder ser maior que a soma de intenções de voto dos demais candidatos, a eleição está prevista para acabar no primeiro turno. (Em termos gráficos, em uma seqüência de pesquisas, a linha de intenções de voto da candidatura líder fica acima da linha que representa o somatório das intenções de voto das outras candidaturas).
Com efeito, a trajetória ascensional de intenções de voto da candidata petista, a par do declínio do postulante tucano, bem como da constância de Marina Silva, ensejou entre os que acompanham e analisam as pesquisas a perspectiva concreta de Dilma Rousseff ganhar a eleição já no primeiro turno, o que de fato aconteceria se a eleição fosse hoje.