PESQUISAS 2010: DESEMPENHO SOFRÍVEL

Fonte: elaboração do autor. Ibope*- pesquisa boca de urna
Fonte: elaboração do autor. Ibope* - pesquisa boca de urna
Fonte: elaboração do autor. Ibope* - pesquisa boca de urna

Por Maurício Costa Romão

Embora não exista na literatura especializada um modelo consagrado e universalmente aceito de avaliar desempenho de pesquisas eleitorais, a grande maioria das análises comparativas se debruça sobre a averiguação dos números estimados nas últimas pesquisas dos diferentes institutos e suas divergências, maiores ou menores, vis-à-vis os resultados oficiais.

Por essa sistemática, computam-se as estimativas de intenções de voto das pesquisas e observam-se as que ficam fora da margem de erro, quando comparadas com as totalizações oficiais. Resultados fora da margem são considerados erros de previsão dos institutos de pesquisa.

As tabelas que acompanham o texto mostram as últimas pesquisas do Ibope e Datafolha para Presidente, Governador e Senador, realizadas entre os dias 01 e 02 de outubro, bem como o levantamento boca de urna do Ibope (as entrevistas são feitas após o eleitor ter votado).

É muito importante que a base temporal em que os levantamentos foram realizados pelos diferentes institutos esteja nivelada. Os comparativos só fazem sentido se os trabalhos de campo tiverem sido feitos praticamente nos mesmos dias, pouco antes das eleições.

No corpo central das tabelas despontam as intenções de voto previstas pelos institutos para os candidatos listados. As células hachuriadas em vermelho destacam as intenções de voto que ficaram fora da margem máxima de erro estipulada, relativamente aos dados oficiais constantes da última coluna.

As intenções de voto contidas nas células hachuriadas são, portanto, consideradas erros de previsão. No caso da eleição presidencial, os dois institutos superestimaram a votação de Dilma Rousseff, inclusive a boca de urna do Ibope (margem de erro de 2 pontos de percentagem) que, nesse mesmo dia, também subestimou a votação de José Serra.

No pleito para Governador em Pernambuco, os dois institutos não conseguiram captar a baixa votação de Jarbas Vasconcelos nem, tampouco, os números mais elevados registrados por Eduardo Campos. No conjunto, exceto no que diz respeito aos “outros” candidatos, as pesquisas não cravaram nenhum resultado dentro da margem de erro máxima permitida.

Para Senador, apenas o boca de urna do Ibope conseguiu estimativas dentro da margem de erro para os inesperados percentuais de Marco Maciel, bem como para a subida repentina de Armando Monteiro.

No geral, portanto, o desempenho desses dois grandes institutos deixou a desejar. Ademais, nota-se que ainda há grande dificuldade por parte deles de captar as chamadas “ondas de opinião” (vide Marina, por exemplo,) que vez por outra acontecem às vésperas das eleições.

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