PESQUISA QUALITATIVA E O ESPELHO FALSO!

Maurício Costa Romão

A abordagem qualitativa em pesquisas eleitorais intenta captar aspectos subjetivos e motivações não-explícitas de pequeno grupo de pessoas (grupo de discussão ou focus groups), selecionados de acordo com perfis determinados. O grupo é estimulado por um facilitador a extravasar suas percepções e posicionar-se espontaneamente sobre determinado assunto.

Numa campanha eleitoral interessa ao candidato, por exemplo, saber qual a imagem como pessoa e como político que ele tem perante a população. A abordagem qualitativa fornece subsídios aos estrategistas da campanha sobre tais percepções, livremente manifestadas pelos participantes do grupo selecionado para ser objeto de “porta-voz” da população.

É exatamente essa possibilidade de se explorar manifestações espontâneas de grupos selecionados, em temas que não teriam condições de ser abordados em extensão nas pesquisas quantitativas, principalmente por conta da padronização dos questionários, que alçam a técnica qualitativa a patamares de imprescindibilidade em pesquisa político-eleitoral.

Os especialistas sugerem até que as pesquisas qualitativas devam preceder às quantitativas, sob o argumento de que os resultados colhidos na primeira servirão de subsídios valiosos para o desenho amostral da segunda, em especial para a confecção do questionário. Nas campanhas eleitorais recomenda-se realizar pesquisas qualitativas antes de se iniciar a campanha propriamente dita. Elas balizarão o planejamento de ações, discursos, estratégias, e servirão de subsídio para os levantamentos quantitativos.

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