PESQUISA EXATTA MOSTRA EDUARDO AMPLIANDO VANTAGEM

 

Por Maurício Costa Romão 

Fonte: Elaboração do autor, com base nas pesquisas da Exatta

Pesquisa publicada hoje, 18/07/2010, pelo Diário de Pernambuco, realizada pela Exatta – Empresa de Pesquisas Técnicas, mostra o Governador Eduardo Campos ampliando a grande vantagem que tem sobre o Senador Jarbas Vasconcelos na corrida pelo executivo estadual. 

Relativamente ao levantamento do final de maio e início de junho da mesma empresa, Eduardo passou de 61% para 62% e Jarbas caiu de 30% para 24%, aumentando a diferença entre os dois de 31 para 38 pontos.

Considerando a margem de erro de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, os sete pontos que foram acrescidos à vantagem do atual Governador estão fora dessa margem, o que pressupõe acréscimo efetivo de preferência do eleitorado pela candidatura situacionista. O levantamento foi realizado entre os dias 13 a 16 de julho, constou de 2002 entrevistas e foi registrado no TRE sob o número 31036/2010.

O que chamou à atenção de alguns que comentaram estes resultados, é que os números da Exatta contrastam fortemente com os que foram divulgados há quatro dias pelo Instituto Maurício de Nassau, relativos a levantamento dos dias 07 e 08 de julho corrente, portanto com trabalho de campo uma semana antes. Na pesquisa do IMN a diferença entre os dois foi de 21,9 pontos de percentagem, com Eduardo na liderança com 47,8% e Jarbas com 25,9% de intenção de votos.

Entretanto, essas diferenças de resultados entre institutos de pesquisa são comuns, devido a distintas metodologias empregadas.  Para que comparações façam algum sentido, é necessário inicialmente observar as características das pesquisas (características estas que nem sempre são disponibilizadas ao leitor). 

Se as pesquisas têm o mesmo desenho de concepção (tamanho da amostra, margem de erro, intervalo de confiança, modelo de questionário, procedimento de campo, etc.), então elas são estritamente comparáveis. Quer dizer, as eventuais variações havidas nas intenções de voto dos candidatos, de uma pesquisa para outra, podem ter sido, de fato, derivadas de mudanças nas preferências da população, e não resultantes de modificações de metodologia ou de coleta de informações. 

Depreende-se daí que institutos diferentes, com seus procedimentos amostrais e de campo distintos, nunca trabalham com o mesmo desenho de pesquisa. 

Todavia, se as pesquisas sucessivas provêm da mesma fonte, seus desenhos amostrais e concepções de trabalho de campo são semelhantes, os percentuais de intenção de voto entre uma e outra são distintos e estão fora das margens de erro, então os resultados mostrados indicam que há fortes evidências, manifestadas nas variações dos percentuais registrados, de que houve mudança de sentimento do eleitorado (maior ou menor aprovação) em relação aos candidatos. 

É oportuno reproduzir a matéria do Diário na qual se comenta mais abrangentemente os resultados desta pesquisa de hoje: 

 

“Repetindo o que foi constatado na rodada anterior, o governador Eduardo Campos vence em todas as regiões do estado e em todas as faixas de renda, instrução, classe social e gênero. As maiores variações dos números, curiosamente, ocorreram nos extremos geográficos do estado. 

No Recife, Eduardo conseguiu crescer significativamente, pulando de 48% em junho para 63% agora. São 15 pontos percentuais na área em que, proporcionalmente, o governo tinha menos espaço em relação à oposição. 

O recuo de Jarbas na capital foi diretamente proporcional ao crescimento de Eduardo. O senador do PMDB caiu dos 42% obtidos em junho para 28% na atual sondagem. Com isso, a diferença dos dois agora subiu de 6 para 38 pontos percentuais numa área fundamental para a estratégia de campanha e com maior potencial de influenciar a opinião pública. 

Como a capital tem um peso eleitoral grande, o crescimento de Eduardo aqui compensou a queda que o governador teve na intenção de voto no Sertão do São Francisco, região que tem como principal cidade Petrolina. Lá, o socialista aparece com 65% da preferência dos eleitores. Um número ainda alto, só que 10 pontos percentuais menor do que o apresentado há um mês. 

Jarbas, por sua vez,estabilizou-se e ocilou positivamente dentro da margem de erro em um ponto percentual. Com isso, passou de 19% para 20%. A diferença entre os dois, que era de 56 pontos recuou para 45. 

Na Zona da Mata, região mais castigada pelas fortes chuvas que atingiram o estado depois da realização da última pesquisa, a diferença entre os dois candidatos manteve-se estável (era 48% agora é 50% favorável a Eduardo). Mesmo com os dois principais candidatos oscilando negativamente dentro da margem de erro: Eduardo tinha 71% agora tem 69% e Jarbas passou de 23% para 19%. 

Do ponto de vista político, no intervalo de um mês entre a coleta de dados das duas pesquisas, o que aconteceu de mais relevante foi a realização das convenções partidárias e a conseqüente definição das chapas majoritárias e proporcionais. Diferentemente do que aconteceu em junho, os eleitores entrevistados já se depararam com um questionário apresentando os candidatos definitivos. 

Desta vez também, além dos nomes de Eduardo e Jarbas, constavam na lista apresentada aos pesquisados os demais candidatos ao governo do estado: Edílson Silva (PSOL), Sérgio Xavier (PV), Anselmo Campelo (PRTB), Jair Pedro (PSTU) e Roberto Numeriano (PCB) . Do ponto de vista estatístico, porém, o acréscimo dos nomes se mostrou irrelevante. Com exceção de Edílson Silva (1%) ninguém saiu do 0%”.

 

 

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