ELEIÇÕES 2014: NOVAS PROJEÇÕES DEPOIS DE IBOPE E DATAFOLHA

Maurício Costa Romão

As duas últimas pesquisas nacionais do Ibope e do Datafolha, ambas com trabalho de campo praticamente nos mesmos dias, entre 31 de agosto e 2 de setembro (Ibope) e de 1 a 3 de setembro (Datafolha), trouxeram números muito parecidos.

Em relação às respectivas pesquisas imediatamente anteriores, Dilma Rousseff e Marina Silva crescem em intenção de votos no Ibope, três e quatro pontos, respectivamente, enquanto que no Datafolha a presidente ganha um ponto e a ex-senadora fica com o mesmo percentual anterior. Aécio Neves é que perdeu pontos nos dois levantamentos, um no Datafolha e quatro no Ibope.

Nas simulações de segundo turno entre a presidente e Marina, a candidata pessebista continua liderando nos dois institutos, mas com diferenças menores. No Ibope essa diferença cai de nove para sete pontos, ficando agora em 46% a 39%, e no Datafolha a margem entre as duas recua de dez para sete pontos, registrando 48% a 41%.

As oscilações mencionadas, todavia, ocorreram dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, caracterizando estabilidade momentânea nos números da corrida eleitoral.

Tirando a média de intenção de votos dos resultados dos dois institutos no primeiro turno tem-se a seguinte configuração: Dilma 36,0%, Marina 33,5%, Aécio 14,5%, outros candidatos 3,5%, brancos e nulos 6,5% e indecisos 6,0%.

No segundo turno, Marina aparece com 47% e Dilma com 40%, brancos e nulos somam 7% e os indecisos 6%, mais uma vez, em percentagens médias.

A Rede Band tem empregado o “Índice Band”, idealizado pelo cientista político Antônio Lavareda, para lançar luzes sobre resultados finais de eleições. O índice consiste em extrair a média aritmética de intenções de voto de duas ou mais pesquisas contemporâneas e calcular os votos válidos associados a essas intenções médias de voto.

Assim, pelo Índice Band, usando-se essas duas pesquisas do Ibope e Datafolha, poder-se-ia projetar, se o segundo turno da eleição ocorresse hoje, a vitória de Marina sobre Dilma por uma placar de 54% a 46%, em votos válidos.

O resultado do Índice Band difere um pouco (não pode ser “apenas ligeiramente” por conta da magnitude dos números do eleitorado envolvido) de outro extraído de modelo mais sofisticado, da consultoria Macrométrica.

Com efeito, por esta metodologia, já explicada em textos anteriores, Marina ganharia a eleição por 55,5% a 45,5%, em votos válidos.

Vê-se, assim, que Marina superaria a presidente hoje por uma diferença que varia de oito a dez pontos.

A persistir o empate técnico no primeiro turno com Marina, Dilma encontra dificuldades no segundo turno principalmente por conta da transferência de votos de Aécio Neves.

De fato, como o Datafolha mostrou nesta última pesquisa, indo Dilma e Marina para o segundo turno, 59% dos votos do senador mineiro vão para Marina e 24% para Dilma.

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Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br, https://mauricioromao.blog.br.

 

 

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