NOVAS PESQUISAS, MAIS INCERTEZAS

Fonte: elaboração do autor com base nas pesquisas listadas

Por Maurício Costa Romão

A tabela acima apresenta um resumo das quatro pesquisas divulgadas pela mídia entre os dias 28 e 30/09. Para permitir comparação com as totalizações oficiais do TRE, os percentuais de intenção de votos estão transformados em votos válidos, isto é, sem os votos brancos e nulos (os votos “indecisos” foram distribuídos proporcionalmente entre os candidatos).

Para neutralizar a influência individual de qualquer uma das pesquisas, foram calculadas as médias de intenção de votos atribuídas por elas aos candidatos, mostradas na última coluna. A par de amortecer o impacto de números discrepantes, esse procedimento contribui também para minimizar as diferenças metodológicas entre as pesquisas que, por conta disso, não podem ser comparadas entre si.

Em termos médios, então, Dilma Rousseff teria 53,1% dos votos válidos. Como a margem média de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, ela poderia estar, no máximo, com 55,1% ou, no mínimo, com 51,1% das intenções de voto.

Nos dois casos, se a eleição fosse hoje, Dilma seria eleita já no dia 3 de outubro, pois teria ultrapassado 50% dos votos válidos, o patamar mínimo que a legislação eleitoral estabelece para que o pleito se encerre no primeiro turno.

Note-se que a diferença de intenção de votos entre a candidata governista e os outros postulantes gravita agora, na média, em torno de 6,2 pontos de percentagem. Assim, ceteris paribus, para evitar que o pleito se defina no primeiro turno, os demais postulantes precisariam crescer mais que 3,1 pontos de percentagem até o dia da eleição.

Como a diferença de intenções de voto entre as duas forças concorrentes é relativamente pequena, o quadro geral é de indefinição quanto ao término do pleito no domingo próximo.

Do ponto de vista estatístico, nenhum analista se aventuraria a emitir prognóstico fundamentado, apontando que resultado tal ou qual se concretizará em 3 de outubro. Não com base nos números desses quatro levantamentos mostrados na tabela.

Ademais, há que se levar em conta vários fatores que ainda podem ter grande influência nesse pleito:

(1)     o aguardado debate entre os candidatos;

(2)     novas pesquisas que estão por vir;

(3)     a eventual consolidação da alavancagem de Marina Silva, que parece estar galvanizando a atenção dos descontentes com as outras postulações;

(4)     a eterna dúvida sobre o  aumento ou não da abstenção;

(5)     o eventual crescimento da incidência de votos nulos e brancos, resultante da complexidade de se votar em seis cargos, incluindo dois senadores;

(6)     a possível recorrência da histórica superestimação, pelas pesquisas, das intenções de voto consignadas ao primeiro colocado, quando comparadas com os resultados das urnas.

Diante de tudo isso, é mais prudente lembrar do adágio popular: “eleição e mineração, só depois da apuração”!

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