NOVA PESQUISA DO IBOPE: DILMA AVANÇA POUCO, MAS ADVERSÁRIOS REGRIDEM

Fonte: elaboração própria com base nas pesquisas listadas

Maurício Costa Romão

O Ibope divulgou nesta quinta (26) uma nova pesquisa nacional de intenção de votos para presidente da República, apontando Dilma Rousseff com 38%, seguida de Marina Silva com 16%, Aécio Neves com 11% e Eduardo Campos com 4%.

Com a entrada de José Serra, que alcançou 13% de intenções de voto, no lugar de Aécio Neves, não há mudanças significativas nos percentuais de Dilma (37%) e Eduardo (4%), sendo que apenas Marina teve impacto maior (cai para 12%).

A pesquisa foi realizada entre os dias 12 e 16 de setembro, quando foram entrevistados 2002 eleitores. A margem de erro é de dois pontos de percentagem, para mais ou para menos.

Relativamente ao levantamento que o Ibope fez em julho passado, Dilma cresceu oito pontos, Marina perdeu seis, Aécio dois e Eduardo um. Nos dois levantamentos há cerca de um terço de eleitores que não sabiam ainda em quem votar ou que votariam em branco ou anulariam o voto.

Até a pesquisa do Ibope, se estava delineando ligeiro crescimento da pontuação conjunta dos adversários de Dilma, conforme se pode constatar na tabela que acompanha o texto.

Os novos dados não confirmaram essa eventual tendência. Pelo contrário, houve uma inversão a tal ponto de a votação somada de Marina, Aécio e Eduardo diminuir ao nível mais baixo de todos os registrados nas pesquisas anteriores, a partir do Datafolha de agosto.

A diferença de metodologia dos institutos pode, eventualmente, explicar a alta diferença de pontuação conferida a Marina pelo Paraná Pesquisas e pelo Ibope, já que as duas pesquisas foram a campo praticamente nos mesmos dias (com um overlapping de quatro dias).

Diferentemente do registrado nas pesquisas anteriores mostradas na tabela (exceto na do Vox Populi, em que houve empate técnico), a do Ibope aponta para desfecho da eleição no primeiro turno, se a eleição fosse levada a efeito hoje.

No geral, os dados da tabela indicam que a recuperação de Dilma, após as manifestações do mês de junho, é bastante vagarosa, com intenções de voto gravitando no entorno de 36% a 37%, e sem que se possa, ainda, vislumbrar tendência definida de crescimento.

Os números discretamente mais favoráveis da economia, em que pese a renitência da inflação, o maior controle da alta do dólar e programas sociais importantes, como o Mais Médicos, ainda não chegaram a sensibilizar os eleitores. Daí por que os números da presidente mudam marginalmente.

Mesmo assim, com pontuações estacionárias nesses meses de agosto e setembro, a presidente Dilma Rousseff se beneficia da incapacidade de seus adversários de crescerem na preferência popular.

Os eleitores, pelo menos um em cada três, estão avaliando o ambiente político-eleitoral, acompanhando as movimentações dos pré-candidatos e, simplesmente, não querem se posicionar agora. O compasso é de espera. Os protestos de rua do mês de junho parecem coisa do passado. O ambiente é de letargia. Não se devem esperar grandes oscilações no curto prazo.

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Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br, https://mauricioromao.blog.br.

 

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