
Maurício Costa Romão
Em estudo recente o cientista político Humberto Dantas catalogou dados junto ao TSE sobre as alianças partidárias que se formaram em 2012 na eleição para prefeito nos 5.565 municípios brasileiros.
O quadro acima mostra o resultado do estudo para os 10 maiores partidos nacionais (no Brasil existem 32 partidos oficialmente registrados no TSE, embora apenas 21 tenham representação parlamentar na Câmara Federal).
Observe-se, de início, que nenhum cruzamento é inferior a mil cidades, o que significa que cada um dos partidos listados celebrou aliança com qualquer um dos outros nove em pelo menos 20% dos municípios, exceto em quatro casos (com um pouco menos de 20%): PT com o DEM, com o PSDB e com o PPS e este com o PR.
Por exemplo, PT e PSDB, dois partidos que se apresentam politicamente como sendo um a negação do outro se coligaram em 1.104 cidades na eleição passada. PPS com PT, que não se bicam, estiveram juntos em 1007 cidades. DEM e PT que não se suportam, celebraram alianças em 1041 municípios.
De forma mais consistente, pode-se dizer assim, PT e PMDB, que há anos estão unidos no plano federal, se juntaram em mais de duas mil cidades (2.028) e DEM e PSDB, que há tempos são aliados, quase chegam lá nessa marca (2.000), com acordos fechados em 1.991 localidades.
Como disse o autor do estudo: “literalmente falando, todos são capazes de jogar com todos”.
Quem é que pode atirar a primeira pedra, cobrando coerência dos demais?