IPMN: CHAPA DO PTB LIDERA PESQUISA EM PERNAMBUCO

Fonte: elaboração própria (pesquisa do IPMN)

 

Maurício Costa Romão

O Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), em parceria com o portal LeiaJáeo Jornal do Commercio, realizou sua primeira rodada de pesquisa de intenções de voto para o governo de Pernambuco, em 2014.

Com trabalho de campo levado a efeito entre os dias 7 e 8 deste mês de abril, o levantamento tem margem de erro de 2,2 pontos de percentagem, para mais ou para menos, um nível de confiança de 95%, e aplicou 2.448 questionários.

Governo

Os cenários da presente pesquisa incorporam a decisão preliminar do PP de lançar a missionária Michele Collins como candidata da sigla a governadora na eleição deste ano.

O senador Armando Monteiro lidera os dois cenários com a mesma pontuação: 39% de intenções de voto, percentual três vezes maior do que o do candidato governista Paulo Câmara. A missionária Michele Collins aparece com apenas 3% de intenção de votos, no cenário em que seu nome é apresentado ao eleitor.

Os números confirmam que o status pessoal e político do senador Armando Monteiro, seu discurso oposicionista, e suas intensas movimentações nas várias regiões do estado têm encontrado ressonância junto ao eleitorado, traduzindo-se em expressiva aderência de intenções de voto à sua postulação, neste estágio da pré-campanha.

É certo que o apoiamento de 39% dos pernambucanos ao senador, neste momento, pode estar, em parte, relacionado ao fato de que o petebista de há muito se colocou como pré-candidato, tem tido notória exposição na mídia na condição de atuante parlamentar e dirigente partidário, além de se beneficiar do recall da eleição passada.

Não deixa de ser igualmente distintivo o desempenho na pesquisa do ex-secretário Paulo Câmara. O pessebista já parte de um excelente patamar de intenções de voto (12% a 13%), considerando-se que o seu nome só muito recentemente foi apresentado ao eleitorado como o pré-candidato situacionista.

Um dado favorável a Paulo Câmara é o de que 54% do eleitorado nunca ouviram falar dele, ensejando, portanto, a perspectiva de alcançar maiores índices de intenção de votos na medida em que vá se tornando mais conhecido.

Um ponto interessante da pesquisa é que o senador Armando Monteiro chega a atingir 51% de intenções de voto no Sertão, contra apenas 5% de Paulo Câmara. Na cidade do Recife, todavia, o senador mantém sua performance geral, com 38% de intenções de voto, mas Paulo Câmara pontua de 23% a 25%.

Como quase metade do eleitorado que não tem voto definido ou revelou que vai votar em branco ou anular o voto, há espaço para as duas candidaturas mais competitivas conquistarem adesões.

A força de Paulo Câmara, inobstante suas qualidades pessoais, repousa pesadamente nas circunstâncias que embalam sua candidatura: governo e governador bem avaliados, largo espectro de apoios de prefeitos e de suas bases locais, amplo arco de alianças partidárias, com inúmeras candidaturas proporcionais, tempo superlativo de rádio e TV e, ainda, uma candidatura presidencial promissora.

Do lado do senador Armando Monteiro, pondera-se sua grande experiência empresarial, seu prestígio local e nacional com líder de classe, seu êxito como político, o apoio do ex-presidente Lula e da atual presidente Dilma, sua aliança com o PT, que lhe dá maior musculatura na região metropolitana do Recife, e seu próprio desempenho como pré-candidato.

Tem-se, assim, um quadro eleitoral que promete ser competitivo e, sem dúvida, de grandes emoções.

Senado

Na disputa para a única vaga do senado o deputado federal João Paulo saí na frente com 29% de intenções de voto, exibindo 12 pontos de diferença em relação ao ex-ministro Fernando Bezerra Coelho.

Note-se que 55% dos eleitores não apontaram candidatos na pesquisa: ou se disseram indecisos, que não iam votar em ninguém, ou que votariam em branco ou anulariam o voto.

Há que se levar em conta, também, que 57% do eleitorado têm pouco interesse, estão indiferentes, ou não têm interesse nenhum na eleição. A população, neste estágio da pré-campanha, está voltada para outras preocupações pessoais e veem a disputa eleitoral apenas como um detalhe que não lhe afeta no momento. Daí os expressivos números de pessoas indecisas (não sabem, não responderam)  ou que expressam voto de protesto (voto em branco, voto nulo ou nenhum).

Nos dados da pesquisa para senador, a exemplo do que de detectou para governador, se percebe uma nítida clivagem regional-geográfica: enquanto o ex-ministro pontua 56% na região do São Francisco e 34% no sertão (contra 3% e 11% de João Paulo, em respectivo), o representante petista na chapa majoritária do PTB chega a 36% na Região Metropolitana do Recife, excluindo a capital, e a 35% no próprio Recife (Bezerra Coelho, nestas localidades, atinge 9% e 14%, respectivamente).

As disputas senatoriais, na maior parte das vezes, dependem umbilicalmente do desempenho da cabeça de chapa majoritária para governador. Quanto mais o candidato principal evolui na conquista de adeptos à sua postulação, mais carrega o aliado de chapa.

O quadro de alianças partidárias ainda está um tanto indefinido, particularmente no tocante à decisão do PDT de se associar ou não ao projeto petebista, dando-lhe maior suporte político e mais envergadura de tempo de rádio e TV.

Também a manutenção ou não da missionária Michele Collins como aspirante ao governo está ainda por carecer de decisão. O mês de maio é crucial para tais definições, já que as convenções partidárias começam em junho.  

Enfim, somente através de novos e sucessivos levantamentos do IPMN, os sentimentos do eleitor pernambucano, associados aos indicativos de intenção de votos aos postulantes ao governo e ao senado, poderão configurar tendências mais bem definidas para o pleito deste ano no estado.

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Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e Institucional, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br

 

 

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