

Por Maurício Costa Romão
A última pesquisa do Datafolha de 08 e 09 de setembro (gráfico verde), realizada com 1084 entrevistados e margem de erro de 3%, para mais ou para menos, mostrou pela primeira vez, desde o mês de março, data do primeiro levantamento do Instituto, uma pequena reação do candidato do PMDB, Jarbas Vasconcelos, contra o postulante do PSB, atual Governador, Eduardo Campos.
No levantamento dos dias 23 e 24 de agosto, o placar a favor de Eduardo era de 67% a 19% em termos de intenção de votos e, agora, Eduardo caiu quatro pontos de percentagem e Jarbas subiu dois. A diferença, contudo, ainda é bastante grande: 42 pontos de percentagem.
Colocando em um gráfico todas as pesquisas realizadas em Pernambuco, de março do ano passado a setembro do corrente ano, que foram registradas oficialmente e publicadas na mídia, numa seqüência temporal de datas de trabalhos de campo, obtém-se as trajetórias de intenção de votos mostradas no gráfico azul.
É importante reiterar que os levantamentos – num total de 24 – foram postados no gráfico, obedecendo à cronologia da data do trabalho de campo de cada instituto.
Como os dados seqüenciais são de institutos diferentes, as eventuais variações havidas nas intenções de voto dos candidatos, de uma pesquisa para outra, podem não ter sido derivadas de mudanças nas preferências da população, e sim decorrente da metodologia empregada ou devidas ao tipo de coleta de informações.
Entretanto, pelo de fato de essas pesquisas, numa série temporal, diferirem muito pouco entre si, em termo de intenção de votos atribuída aos candidatos individualmente, é perfeitamente admissível postá-las em seqüência para observar os movimentos ondulatórios das trajetórias de intenção de votos desses candidatos.
Nota-se no gráfico azul que, na maior parte do período analisado, as intenções de voto do Governador Eduardo Campos situam-se no patamar de 50% a 60%, apenas eventualmente extrapolando esses limites. A partir de agosto, entretanto, há uma clara mudança de trajetória para o patamar superior, de 60% a 70%.
A linha evolutiva das intenções de voto do Senador Jarbas Vasconcelos é bem mais regular do que a do oponente situacionista. De fato, o tempo todo, até meados de julho, Jarbas se manteve no patamar de 20% a 30% das intenções de voto, mais próximo até do limite superior desta faixa, e sem sobressaltos numéricos, que dizer, com percentuais próximos entre si.
Já mais para o final do mês de julho, observa-se que as intenções de voto conferidas ao Senador são cada vez mais baixas, em percentuais, delineando-se uma tendência declinante, claramente expressa pela linha azul do gráfico, que adentra o mês de agosto e o remete ao patamar inferior de 15% a 20%.
As causas principais que têm sido apontadas como responsáveis por essas diferenças de trajetória de intenção de votos são, em síntese: (a) a avaliação positiva do governo estadual e de seu titular, Eduardo Campos; (b) as dificuldades da oposição local frente aos três níveis de governo, que lhe são adversos; (c) a não alavancagem da candidatura de José Serra, de quem a oposição local é aliada e (d) a aprovação do governo Lula e, principalmente, da extraordinária popularidade do Presidente, que o torna capaz de influenciar resultados eleitorais.