
Maurício Costa Romão
Novos números da última pesquisa de intenção de votos do IPMN para prefeito do Recife, com trabalho de campo nos dias de 3 e 4 de outubro, foram divulgados na web, nesta sexta, 5/09, pelos portais LeiaJá e NE 10. Os resultados detalhados deste levantamento foram publicados hoje pelo JC. O candidato pessebista, Geraldo Júlio, atingiu agora 40% de intenções de voto (decresceu dois pontos em relação à pesquisa anterior), Daniel Coelho pontuou 23% (cresceu um ponto), Humberto Costa ficou com 16% (mesma percentagem anterior) e Mendonça Filho, com 4%, ganhou um ponto.
O gráfico 1 mostra a evolução das intenções de voto de Geraldo Júlio, contrastada com a trajetória da soma das intenções de voto dos demais candidatos, incluindo neste conjunto os menos competitivos. Os levantamentos são todos do IPMN e o período considerado é de julho a outubro, meses de campanha pós-convenções partidárias e os dados estão apresentados em votos válidos, isto é, sem os votos brancos, nulos e indecisos (estes últimos distribuídos proporcionalmente entre os candidatos).
O resultado em destaque no gráfico, 52,4% de todos os candidatos contra 47,6%, de Geraldo Júlio, remete a decisão do pleito para o segundo turno, se a eleição fosse hoje. Para ter desfecho na primeira etapa o postulante pessebista precisaria alcançar 50% mais um dos votos válidos.
O gráfico 2 desfila as médias (móveis) de intenção de votos totais referentes aos quatro principais candidatos. Nota-se que a média de intenção de votos de Geraldo Júlio, que vinha sempre crescendo, teve um ligeiro declínio de 0,5 ponto de percentagem entre os dois últimos períodos. Este fato é relevante, posto que ocorrido às vésperas da eleição, quando o candidato do PSB se aproximava da reta de chegada do primeiro turno beirando os 50% dos votos válidos de que precisaria para ultrapassá-la.

Indo diretamente às pesquisas dos institutos, observa-se nos seis últimos levantamentos publicados na mídia, que desde o levantamento do Vox Populi dos dias 21-23/set, as intenções de voto de Geraldo Júlio se estabilizaram em torno de 41% [Vox Populi 41%; IPMN 40%; Datafolha 42%; IPMN 42%; Datafolha 41%, e a de hoje, IPMN 40%].
A trajetória de Daniel, por seu turno, é significativa. Independente dos resultados individuais de um determinado instituto, suas intenções de voto, em média, se apresentam em ascensão, à medida que o tempo vai passando. Este desempenho do tucano, afastando-se numericamente de Humberto, é particularmente importante neste estágio final do pleito para quem almeja disputar um eventual segundo turno.
A média de intenção de votos de Humberto Costa, declinante ao longo do período considerado, indica dificuldades de recuperação do petista para participar de uma eventual segunda etapa da eleição.
De qualquer sorte, a soma das médias dos dois postulantes mais a de Mendonça Filho (estabilizada em 4%) ultrapassa a média de Geraldo Júlio e, nesta circunstância, o pleito tende a ir para o segundo turno.
Há fatores que favorecem à ocorrência de um desfecho logo no primeiro turno, como também se listam condicionantes que tendem a levar a eleição a uma outra etapa (vide outro texto neste blog, intitulado “Só no Photochart!”). Pelos números desfilados nesta última pesquisa do IPMN o resultado do pleito está completamente indefinido.
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Maurício Costa Romão, Ph.D. em economia, é consultor da Contexto Estratégias Política e de Mercado, e do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau. mauricio-romao@uol.com.br, https://mauricioromao.blog.br.