
Por Adriano Oliveira
Cientista Político, no Blog do IMN, 17/08/2010
Para Jon Elster atores podem ser míopes. E, por consequência, agir irracionalmente. Declarar alguma coisa é uma ação. Se o ator não está bem informado, ele pode agir de modo errado. E falar coisas que não devem. Por exemplo: criticar resultados de pesquisas eleitorais.
Atores míopes tomam decisões apoiados por crenças falsas. Deste modo, a ação não trará o benefício desejado. Os candidatos ao Senado de Pernambuco não devem acreditar que são favoritos. Se acreditam, estão diante de uma crença falsa, a qual possibilitará uma ação irracional e talvez, por conta da causalidade (crença falsa e ação irracional), percam a eleição.
Sempre frisei: João Paulo, caso fosse candidato ao Senado, teria chances de ser eleito. Marco Maciel, em razão da sua posição estável nas diversas pesquisas e por conta do respeito e admiração que possuem junto à parte do eleitorado, tem condições de vencer a disputa eleitoral. Saliento que respeito e admiração são determinantes do voto encontrados no âmbito emocional do eleitor.
Neste instante, em razão de que 54% dos eleitores pernambucanos ainda não escolheram em quem votar para senador, afirmo que Humberto Costa, Marco Maciel, Armando Monteiro e Raul Jungmann possuem condições de vencer o pleito. É claro que Humberto Costa e Marco Maciel, como já frisei por diversas vezes, partem bem para a disputa. Ressalto que Humberto tem parte do PT e Lula. Apoios importantes.
Não desprezo a força “estrutural” de Armando Monteiro no interior. Aliás, é possível que o voto “MacielMando” vem a predominar em algumas cidades de Pernambuco. Neste caso, o prefeito ou qualquer outra liderança política pedirá votos para Marco Maciel e Armando Monteiro.
A candidatura Jungmann não deve também ser desprezada. Ele tem discurso. Tem o que falar e mostrar. Tem boa imagem e, me parece, o forte apoio do senador Sérgio Guerra. Então, por que não acreditar no sucesso eleitoral do candidato do PPS?
Ressalto que as pesquisas mostram constante variação nos percentuais dos candidatos. Isto é absolutamente normal. Portanto, as pesquisas não estão erradas. Mas as interpretações estão. Diante de um alto percentual de indecisos e da relativa distância do dia de votar, o eleitor ainda não escolheu o seu candidato. Mas caso tenha escolhido, a escolha ainda não é consistente.