Por Fernando Rodrigues, Folha de S.Paulo (30/06/2010)
BRASÍLIA – Dois candidatos nanicos a presidente desistiram da disputa nos últimos dias. Se não houver nenhuma surpresa hoje, data final para escolha de nomes, 11 políticos vão concorrer ao Palácio do Planalto no dia 3 de outubro.
Trata-se de um número grande, mas não recorde. Em 1989, houve 21 postulantes. Na ressaca pós-Collor, só oito se arriscaram. Em 1998, eram 12. Aí veio a verticalização. Os partidos ficaram obrigados a manter coerência entre as alianças nacionais e estaduais. Em 2002 e em 2006, disputaram o Planalto seis e sete candidatos, respectivamente.
Com o fim da verticalização, a eleição deste ano chegou a ter 13 candidatos pré-lançados. Nos últimos dias, Mário de Oliveira (PT do B) e Ciro Moura (PTC) desistiram. O PT do B subitamente decidiu apoiar José Serra (PSDB). O PTC estava até ontem à noite prestes a se coligar a Dilma Rousseff (PT) ou a ficar sem nome próprio na disputa.
Embora ainda por razões nebulosas e pouco explicadas, as saídas de Oliveira e Moura arejam a disputa presidencial. Ambos eram nanicos com direito a participar de debates eleitorais na TV e no rádio. Sem eles, os quatro encontros televisivos programados para o primeiro turno serão melhores -sobram apenas cinco candidatos com qualificação legal para debater.
Do ponto de vista objetivo, até agora, só três candidatos têm relevância eleitoral. Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva (PV). A presença dos nanicos é uma incógnita. Terá de ser analisada com mais ciência depois de meados de agosto, quando começa a propaganda oficial em rádio e TV. Mesmo com poucos segundos de exposição diária, eles fazem barulho.
Em 1998, eleição com número semelhante de nanicos, esses candidatos pouco expressivos tiveram 4,3% dos votos válidos. É pouco para ser eleito, mas neste ano pode ser a diferença entre a eleição terminar ou não no primeiro turno.